O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de "coronalouco", pela "irresponsabilidade que causou o contágio e a morte de milhares de brasileiros".
Maduro deu a declaração em entrevista à rádio argentina AM 750, na qual também disse que será bastante provável que as eleições legislativas da Venezuela, previstas para o dia 6 de dezembro, "tenham de ser adiadas" por conta do coronavírus.
"Temos como prioridade combater a pandemia, e seria uma irresponsabilidade agora se eu confirmasse que haverá eleições."
Neste caso, porém, Maduro não explicou se a atual Assembleia Nacional, de maioria opositora e liderada por Juan Guaidó, considerado presidente interino do país por mais de 50 países, teria seu mandato estendido ou se haveria outra saída.
Disse, apenas, que a decisão seria tomada pelo Tribunal Supremo de Justiça, órgão controlado pelo regime. "A prioridade agora é a pandemia, a economia, a estabilidade social e a vida das pessoas."
Maduro também disse que os números oficiais de infectados (204) e de mortos (9) pelo coronavírus na Venezuela são explicados pelo fato de o regime ter tomado "medidas audazes e a tempo", afirmou.
Organismos internacionais e a oposição colocam esses números em dúvida e os consideram maquiados.
Segundo o ditador, a pandemia teve consequências tão graves na Europa e nos EUA porque estes não trataram com seriedade o tema "por preconceito, porque vinha da China". Nós observamos desde o primeiro momento", afirmou.
"Agora, esses países estão desesperados para acabar com a quarentena, com decisões apressadas que vão causar dano a seu povo e à humanidade."
Maduro disse que a Venezuela está agindo como a China, "atuando em tempo recorde". Já médicos que atuam no país vêm alertando que o sistema de saúde venezuelano não terá como responder ao pico da pandemia, caso ela se alastre pelo país.
Ao final, o líder venezuelano manifestou o desejo de um dia viver na Argentina, por conta de ser "um povo muito afetuoso e que apoiou e amou Hugo Chávez".
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.