O número de marinheiros do porta-aviões USS Theodore Roosevelt contaminados com coronavírus subiu para 416, de acordo com a CNN.
Até agora, 97% dos tripulantes fizeram exames. Havia ao todo 4.800 pessoas a bordo.
A forma como a crise de coronavírus a bordo da embarcação foi tratada levou à queda de Thomas Modly do cargo de chefe da Marinha dos EUA, no início da semana.
Em 30 de março, o então capitão do navio, Brett Crozier, enviou mensagem por e-mail a Modly, dizendo que a situação era insustentável por ser impossível obrigar isolamento social numa embarcação com 4.800 marinheiros e marinheiras.
Modly seguiu impassível, e no dia seguinte a mensagem do capitão foi publicada pelo jornal The San Francisco Chronicler. Com a publicidade, a história correu o mundo e fez com que a Marinha iniciasse o desembarque do USS Theodore Roosevelt no dia seguinte.
No dia 2 de abril, Modly resolveu dispensar Crozier do comando do porta-aviões. O capitão desembarcou em Guam, território americano no Pacífico onde o navio está atracado, com o nome sendo gritado por toda a tripulação ainda no convés. Parte dos marinheiros foi retirada e cumpre quarentena em terra.
Na segunda (6), Modly falou, por meio do sistema da embarcação, para os cerca de mil marinheiros que permaneceram do USS Theodore Roosevelt para manter o navio operacional —seus dois reatores nucleares não podem ficar sem manutenção—, que Crozier era "muito ingênuo ou muito estúpido" por ter permitido o vazamento de sua carta.
Segundo relatos que chegaram à imprensa americana, os militares a bordo ficaram horrorizados com os termos usados contra alguém que consideram um herói.
O caso virou um escândalo nacional. Membros de comitês de defesa do Congresso pediram a cabeça de Modly, que entregou sua renúncia na tarde de terça (7). Ele foi substituído pelo subsecretário do Exército, James McPherson.
O último porto em que o porta-aviões esteve antes do surto foi o de Da Nang, na costa vietnamita, antiga base americana durante a guerra no país asiático. Presume-se que foi lá que o patógeno embarcou no porta-aviões, capaz de transportar até 90 aviões e helicópteros.
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