Descrição de chapéu Venezuela

Americanos presos na Venezuela vão responder por terrorismo, diz procurador

Ex-militares foram capturados durante tentativa de entrar no país pelo mar

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Caracas | AFP

Dois ex-militares americanos capturados pela Venezuela responderão por terrorismo, conspiração, tráfico de armas de guerra e associação criminosa, segundo o procurador-geral do país, Tarek William Saab.

As informações foram dadas pelo próprio procurador nesta sexta-feira (8) durante um pronunciamento na TV estatal venezuelana. O crime de terrorismo no país prevê penas de 25 a 30 anos de prisão.

Airan Berry, 41, e Luke Alexander Denman, 34, foram presos durante o que o ditador Nicolás Maduro classificou como uma tentativa de invasão pelo mar.

Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela, durante entrevista coletiva em Caracas - Marcos Salgado - 8.mai.20 / Xinhua

O procurador disse ainda ter emitido ordem de prisão internacional contra outro americano, Jordan Goudreau, fundador da empresa privada de segurança e defesa Silvercorp USA, que é acusada de ter assinado um contrato com o líder opositor Juan Guaidó para realizar o ataque.

Em entrevista ao jornal americano The Washington Post e à emissora CNN, Juan José Rendón, chefe do comitê de estratégia de Guaidó, revelou ter participado da negociação de uma operação militar estrangeira que buscava capturar Maduro e retirá-lo do poder.

Rendón, no entanto, afirma que Guaidó não assinou o contrato que explicita o objetivo do acordo para "capturar/deter/remover Maduro" e que o líder opositor tinha conhecimento apenas de um "plano exploratório", sem saber dos detalhes.

Guaidó nega ter assinado o documento ou ter se envolvido na operação e acusa o regime de montar uma encenação para prejudicá-lo.

Em vídeo enviado à imprensa por sua equipe na noite desta sexta, Guaidó acusou o governo chavista por buscar "novas desculpas" para detê-lo. "Te digo algo muito claro, Maduro: se é tão corajoso, vá em frente", afirmou.

Atual presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora, Guaidó foi reconhecido no início de 2019 como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, incluindo Brasil e Estados Unidos.

No entanto, ele não conseguiu assumir o controle da Venezuela. Acusado de fraudar as eleições de 2018, o ditador Nicolás Maduro segue no poder com apoio das Forças Armadas e de países como China e Rússia.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta (8), que o governo americano não está por trás da operação e que, se estivesse, não confiaria em grupo tão pequeno para tal missão.

“Eu não sei de nada. Acredito que o governo nada tenha a ver com isso tudo e terei que descobrir o que aconteceu”, afirmou.

“Se fôssemos fazer algo com a Venezuela, não seria desse jeito. Seria um pouco diferente. Seria chamado de invasão.”

No último domingo (3), o regime de Maduro disse que interceptou uma incursão marítima de "terroristas mercenários" que tentavam entrar no país a bordo de lanchas, vindos da Colômbia.

Segundo as autoridades, oito pessoas morreram na operação e ao menos 19 foram presas, incluindo os dois americanos que agora responderão por terrorismo.

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