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Banco estatal dos EUA com prioridades geopolíticas analisa 15 projetos no Brasil

DFC poderia financiar fornecedores europeus de 5G, como contraponto ao crédito chinês à Huawei

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São Paulo

O Development Finance Corporation (DFC), banco de desenvolvimento estabelecido em dezembro do ano passado pelo governo dos Estados Unidos para focar prioridades geopolíticas, está avaliando 15 projetos em conjunto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), segundo o embaixador americano Todd Chapman.

O DFC, de acordo com Chapman, poderá financiar empresas não americanas em casos de interesse de segurança nacional para os EUA. Isso inclui financiar projetos de infraestrutura para o 5G no Brasil.

Todd Chapman, embaixador dos Estados Unidos no Brasil, durante reunião em Brasília - Alan Santos - 6.abr.2020/PR

“Já conversei com o presidente do BNDES [Gustavo Montezano] e queremos trabalhar muito em parceria com o banco”, disse Chapman. “Já temos mais de 15 projetos em análise.”

Os EUA vêm pressionando o Brasil e outros aliados a não permitir que a companhia chinesa Huawei forneça equipamentos para a infraestrutura das operadoras de telefonia que participarão dos leilões de 5G no país.

Os Estados Unidos argumentam que, segundo a legislação chinesa, a Huawei é obrigada a compartilhar todas as suas informações com o Partido Comunista Chinês.

Isso, de acordo com a Casa Branca, representaria uma ameaça à segurança nacional e afetaria a capacidade do governo americano de compartilhar inteligência com os países que têm infraestrutura baseada em equipamentos da Huawei.

Também poderia inibir investimentos de algumas empresas americanas que temem roubo de propriedade intelectual pela China, como as farmacêuticas.

A China, no entanto, normalmente oferece financiamentos altamente subsidiados pelo China Development Bank para a venda dos equipamentos da Huawei.

O DFC é uma tentativa dos EUA de se contrapor à estratégia do país asiático e também de oferecer financiamento para alternativas não chinesas na infraestrutura de telecomunicações.

Normalmente, um banco de desenvolvimento, como o antigo EximBank americano, só financia empresas do próprio país —por exemplo, adianta à companhia fornecedora americana o pagamento que será feito a prazo por um governo estrangeiro.

Como o banco de desenvolvimento americano recebeu autorização para financiar também empresas de outros países, poderá fazer projetos, por exemplo, com a finlandesa Nokia e a sueca Ericsson em eventuais vendas para a infraestrutura do 5G no Brasil.

O governo americano aumentou a autorização de captação do DFC de US$ 30 bilhões (R$ 172,7 bilhões) para US$ 60 bilhões (R$ 345,5 bilhões) para aumentar seu poder de fogo.

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