Descrição de chapéu Coronavírus

Combate à pandemia separa mais de mil animais de estimação de seus donos

Cães e gatos estão longe de casa devido ao cancelamento de voos e ao fechamento de fronteiras

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Nova York | Reuters

Quando Guy Nizan voou para Israel em março, com sua esposa e filha, para uma emergência familiar, Gula, sua pastora alemã de seis anos, ficou para trás em Nova York com uma pet sitter, uma babá de animais de estimação.

Quando a pandemia de coronavírus se acelerou e as companhias aéreas começaram a cancelar voos, entretanto, ficou claro que a família não voltaria para os Estados Unidos tão cedo.

Com as companhias aéreas desmantelando os serviços de transporte de animais de estimação, os Nizan ficaram cada vez mais desesperados para que Gula se juntasse a eles.

"Nós simplesmente não suportávamos a ideia de ela estar sozinha", diz Nizan.

Depois de quase dois meses, uma empresa de transporte de animais encontrou um lugar para Gula em um dos raros voos fretados de uma companhia aérea israelense.

Mulher usando máscara de proteção interage com cachorros de um abrigo na Cidade do México - Henry Romero - 24.abr.20 / Reuters

Gula foi uma das sortudas. Atualmente, entretanto, mais de mil animais de estimação estão separados dos donos em todo o mundo devido aos cancelamentos de voos e ao fechamento de fronteiras como medida de contenção da Covid-19.

Os números são de sete empresas internacionais de transporte de animais de estimação ouvidas pela Reuters.

Grandes companhias aéreas suspenderam seus programas para animais de estimação em meados de março, dizendo que os transportes não eram financeiramente viáveis ou que não podiam ser mantidos com a segurança necessária.

Apenas algumas empresas ainda transportam animais de estimação. A IAG Cargo, empresa associada à companhia aérea British Airways, por exemplo, transporta cães de Nova York para Londres diariamente.

Nesse sentido, os australianos foram especialmente afetados pela pandemia porque nenhuma companhia aérea transporta animais de estimação para o país. A Austrália possui regulamentos rigorosos sobre animais, que inclui um extenso programa de testes e tratamentos antes de embarcá-los em um voo.

A australiana Frances Hayter, que esteve com o marido durante oito meses a trabalho no estado americano do Texas, conseguiu pegar um dos últimos voos de volta para a Austrália, mas teve que deixar Índigo, seu gato de dez anos, nos Estados Unidos.

"Não temos filhos, então abandonar nosso animal de estimação foi uma decisão bastante séria", diz ela.

Índigo está com um veterinário em Houston desde 18 de março, mas a idade avançada do gato é uma preocupação constante para a dona.

O gato de Hayter é um dos 20 animais que Scott Williams, proprietário da Pet-Express, empresa australiana de transporte de animais, está tentando trazer de volta para o país.

Williams tenta organizar um voo fretado, mas a logística e os custos são desestimulantes. Transportar um animal de estimação através das fronteiras custa milhares de dólares na melhor das hipóteses, e as agências de animais disseram que as restrições ao coronavírus aumentam ainda mais o preço.

Pelo lado positivo, Ross Hayes, vice-gerente do centro de recepção de animais do aeroporto de Heathrow, em Londres, disse que algumas companhias aéreas estão tentando recuperar a receita perdida de passageiros transportando carga, incluindo animais de estimação.

Cerca de 40 cães e gatos chegaram a Heathrow em um único dia na semana passada, um dos poucos aeroportos globais que ainda recebem animais de estimação.

Hayes disse que o número foi maior do que o esperado, mas ainda está muito longe da média diária de mais de 150 animais que eles receberam em 2019.

"Recebemos muitos contatos de pessoas desesperadas para chegar em casa com seus cães e gatos e faremos o possível para ajudá-los", disse Hayes.

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