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Contágio por coronavírus sobe na Alemanha com relaxamento de quarentena

Centro de controle de doenças diz que é cedo para falar em tendência, mas fará monitoramento rigoroso

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Bruxelas

A transmissão do coronavírus na Alemanha se acelerou depois que algumas medidas da quarentena foram relaxadas, como a abertura de novas lojas a partir de 20 de abril.

O Instituto Robert Koch (RKI) para o Controle de Doenças divulgou neste domingo (10) que o número de pessoas para quem cada doente transmite o coronavírus (R) é agora de 1,1, ou seja, na média, cada 10 infectados transmitem a doença para 11 pessoas, das quais cada uma transmite para outras 11, o que acelera a expansão dos casos.

Ao entrar em loja, clientes higienizam as mãos em Berlim neste domingo
Ao entrar em loja em Berlim, clientes higienizam as mãos neste domingo; Alemanha começou a relaxar a quarentena - Binh Truong/Xinhua

O R é um dos principais indicadores monitorados pelos governos para calibrar restrições à mobilidade e ao contato. O objetivo é deixá-lo abaixo de 1, o que indica que o contágio tende a desaparecer no médio prazo. Há uma semana, o R da Alemanha era 0,65.

Ao anunciar na última quarta (6) mais medidas de relaxamento, entre as quais a retomada gradual das aulas, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, avisou que o governo acionaria um freio de emergência: distritos em que o contágio sair de controle terão que voltar à quarentena.

Desde então, três deles excederam o limite de mais de 50 novas infecções por 10 mil pessoas nos últimos sete dias, segundo o RKI.

O freio criado por Merkel revela uma preocupação comum aos 23 governos que já começaram a descongelar suas atividades: quanto mais encontros entre pessoas e mais proximidade entre elas, maior o risco de contágio.

Na Dinamarca, que reabriu algumas escolas no dia 15, também houve aumento da taxa de contágio, de 0,6 para 0,9, com a epidemia ainda sob controle.

Na Alemanha, o centro de controle de doenças afirmou que o R está sujeito a incerteza estatística, por isso ainda é cedo para dizer se o número de infecções voltará a crescer ou manterá a tendência de queda na qual vinha durante a quarentena.

Mas o aumento “exige monitoramento rigoroso”, diz o relatório.

Neste domingo, a Alemanha registrava 169.218 casos confirmados (7ª maior no mundo) e 7.395 mortes por coronavírus (8ª maior). Em relação à população, são 9 mortes por 100 mil habitantes, 23ª maior número no mundo.

Nesta segunda, cinco outros países devem começar a relaxar suas quarentenas, entre os quais a França, onde há 40,3 mortes por 100 mil habitantes (7ª maior taxa).

Nesta segunda, as escolas devem começar a receber de volta os alunos do ensino fundamental, com turmas que terão a metade do número anterior.

Também será possível sair de casa sem precisar de uma justificativa por escrito, mas cafés, restaurantes e museus continuam fechados até pelo menos 2 de junho.

A saída da quarentena no país dependerá do controle da doença em cada região. Paris e todo o nordeste francês estão na zona vermelha, onde o relaxamento será mais lento, com parques ainda proibidos de abrir.

Os colégios voltarão a dar aulas a partir de 18 de maio nas zonas verdes, segundo o governo, e, se o contágio continuar baixo nas próximas semanas, a volta de restaurantes e cafés pode ser autorizada nessas regiões.

O comércio voltará a funcionar na França a partir desta segunda (11), com exceção de grandes centros comerciais (acima de 40 mil metros quadrados).

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também anuncia neste domingo as regras para a retirada do "lockdown" no Reino Unido.

Embora o governo fale em um relaxamento cauteloso e gradual, a mudança do slogan da campanha de combate ao coronavírus, de “fique em casa” para “fique alerta”, levantou uma onda de críticas e piadas no país.

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