Quatro desenhos de um dos criadores de Asterix, Albert Uderzo, foram vendidos por € 390 mil (cerca de R$ 2,34 milhões) para ajudar a Fundação Hospitais de Paris no combate ao coronavírus.
Uderzo morreu em março, aos 92 anos, de insuficiência cardíaca. O problema não teve relação com a Covid-19, mas Uderzo estava acompanhando o desenrolar da pandemia e queria fazer algo para ajudar no combate ao vírus, disseram em entrevista à revista Paris Match sua viúva, Ada, e a filha da casal, Sylvie.
“Infelizmente, ele não teve tempo, foi embora muito rápido”, afirmou Ada. Segundo ela, o leilão era uma forma de agradecer "aos nossos novos heróis que resistiram ao invasor", fazendo uma analogia entre Asterix, que repelia os romanos, e os profissionais de saúde, que lutam contra o coronavírus.
Até esta terça (26) o invasor microbiológico já havia provocado 28.367 mortes na França, mas a epidemia está sob controle, e o país começou a retomar suas atividades.
Sylvie disse que o pai guardava todos os seus desenhos, e as duas escolheram cenas que tivessem personagens em movimento e emoção.
O maior valor foi levantado por uma prancha das "Aventuras de Tanguy e Laverdure", vendida por 150 mil euros (R$ 880 mil).
Um desenho de "A Galera de Obelix" foi vendido por 95 mil euros (R$ 558 mil), segundo a casa de leilões Artcurial, e uma prancha de "Asterix e Obelix e a Arma Secreta", por 80 mil euros (R$ 470 mil). Uma cena do personagem Oumpah-Pah, o Pele Vermelho arrecadou 65 mil euros (R$ 381,7 mil).
Uma prancha de Asterix e Latraviata não encontrou comprador.
Asterix foi o maior sucesso de Uderzo: foi traduzido para 111 idiomas e vendeu 380 milhões de cópias.
Numa das histórias, "Asterix e a Transitálica", lançada há três anos, é Coronavírus o principal opositor do herói gaulês.
O nome, porém, não tem relação com o patógeno da atual pandemia. O oponente de Asterix usa uma máscara em forma de coroa (corona, em italiano), e o sufixo "us" era usado pelos criadores da HQ em nomes de personagens romanos.
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