Descrição de chapéu Coronavírus

Europa deve estar preparada para 2ª onda de coronavírus, diz agência de controle de doenças

Recomendação acompanha movimento de retomada das atividades na maioria do continente

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Bruxelas

Os países europeus devem reforçar seus sistemas de alerta para reagir rapidamente a uma segunda onda de coronavírus, alertou a agência europeia de controle de doenças (ECDC, na sigla em inglês).

“Em suas avaliações de risco, a agência afirmou que os governos devem informar claramente à população que a possibilidade de uma segunda onda existe, mesmo que a pandemia tenha sido vencida agora”, disse nesta segunda (11) Stefan de Keersmaecker, porta-voz da Comissão Europeia para saúde pública.

A preocupação acompanha um movimento de retomada das atividades na maioria dos países que adotaram quarentenas. Em alguns deles, como Dinamarca e Alemanha, o aumento dos encontros entre pessoas provocou um crescimento na taxa de contágio, levando os institutos a intensificar o monitoramento dos casos.

Fiéis mantêm distanciamento físico na Catedral de Berlim, reaberta neste domingo (10), na Alemanha - Odd Andersen - 10.mai.20/AFP

Preparativos para uma segunda onda também estão na pauta da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), órgão de defesa que reúne países europeus e os EUA, disse à Folha um oficial da aliança militar —por orientação da Otan, ele não se identifica.

Segundo ele, ministros da Defesa dos membros da Otan consideraram que é preciso planejar melhor as respostas a pandemias, melhorar o planejamento de continuidade dos negócios e proteger setores críticos.

Na reação à primeira onda de coronavírus, houve preocupação com o bloqueio do tráfego aéreo e a ruptura no fornecimento de matérias-primas e componentes para a indústria.

A Otan foi acionada para manter o transporte aéreo de equipamentos médicos a longas distâncias e para a implantação de hospitais de campanha em regime de emergência.

Embora os cientistas ainda não tenham todas as respostas sobre o novo coronavírus (Sars-Cov-2), segundas ondas de infecções são comuns em doenças infecciosas, como a de influenza de 1918, conhecida como Gripe Espanhola, e a de H1N1, em 2009.

Casos como o de Singapura, por exemplo, em que um novo surto de Covid-19 apareceu em um dormitório de migrantes apesar da política intensiva de rastreamento de contatos, indicam que também no caso do Sars-Cov-2 há risco de ressurgência.

Os segundos picos podem ser evitados ou amenizados por vacinas, ainda inexistentes para o novo coronavírus, ou medidas de distanciamento e higiene e de rastreamento e isolamento de novos casos.

A chamada imunidade de rebanho, quando ao menos 60% da população já desenvolveu defesas contra um patógeno (o que reduz a chance de contágio) também evita segundas ondas, mas estudos feitos até agora mostram que a porcentagem de infectados em diferentes países ainda não chega a 20%.

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