A matemática Ann Mitchell, que integrou a equipe que decodificou mensagens nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, morreu no último final de semana aos 97 anos. Ela havia sido diagnosticada com a Covid-19.
Segundo um dos filhos da matemática, Andy Mitchell, a mãe estava já bastante debilitada fisicamente antes de contrair o novo coronavírus. Ela morreu em uma casa de repouso em Edimburgo, na Escócia.
"Fico feliz por ela ter recebido o reconhecimento por uma vida bem vivida", disse ele.
A matemática integrou a equipe do pioneiro da computação Alan Turing, no centro de decifração de Bletchley Park. Ali, ajudou a decodificar mensagens enviadas pela Alemanha durante a guerra, como coordenadas de ataques.
A história de Turing à frente deste projeto foi contada no filme "O Jogo da Imitação" (2014). Já a das mulheres que aturam no projeto foi contada no livro "As Garotas de Bletchley", de Tessa Dunlop.
Ann é tida como umas das profissionais que decifraram as mensagens trocadas pela aviação e o Exército nazista entre setembro de 1943 e maio de 1945, quando a Alemanha se rendeu.
Depois da guerra, dedicou-se aos estudos de filosofia —já com a licenciatura em matemática adquirida no início do confronto. Ela voltou a morar em Edimburgo, onde se casou e publicou vários livros.
Segundo relatos de amigos ouvidos pela BBC, com o passar do tempo, nos anos 1970, Ann ficou surpresa com o interesse em sua vida, que ela teve de manter em segredo por muitos anos.
Certa vez, disse: "Foi um recorte no final da minha vida, subitamente ganhando importância, passando de ninguém para alguém. Um passado inteiro em que ninguém estava interessado e de repente muitas pessoas estão. É muito estranho".
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