O presidente americano, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (22) que locais de culto, como igrejas, sinagogas e mesquitas, são serviços essenciais e devem reabrir o mais rapidamente possível, apesar da pandemia do novo coronavírus.
“Nos EUA, precisamos de mais orações, não menos”, disse. O presidente afirmou ainda que “passaria por cima” dos governadores que não reabrissem os templos no próximo final de semana.
Pela legislação americana, essa decisão cabe aos estados —e, para controlar a disseminação do coronavírus, a maioria deles havia decretado o fechamento dos locais de culto.
Com as taxas de infecção caindo em muitas áreas, governadores vêm gradualmente permitindo o relaxamento das medidas de isolamento social, e também há pressão para reabrir casas religiosas.
Trump não especificou o mecanismo legal que usaria para “passar por cima dos governadores”.
“Ele não tem autoridade para fazer isso. O governadores não são subordinados do presidente”, explicou à Reuters o professor da Escola de Direito da Universidade do Texas, Robert Chesney.
A Associação Nacional de Governadores americana se recusou a comentar a declaração de Trump.
Desde abril, Trump pressiona os estados americanos a retomarem suas atividades econômicas. O presidente elaborou um plano com diretrizes para essa abertura, mas as decisões sobre a reabertura de cada região são dos governadores.
Na corrida eleitoral de 2016, Trump teve grande apoio de grupos religiosos, especialmente de cristãos evangélicos, e ele quer garantir esse suporte para a disputa de novembro.
Trump também têm entrado em choque com a própria força-tarefa da Casa Branca contra o coronavírus. A médica Deborah Birx, coordenadora do grupo, pediu às pessoas do grupo de risco a não irem a templos ou esperar um pouco mais para frequentá-los.
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