Adolescente morre baleado em zona sem policiamento em Seattle

É a segunda morte em menos de dez dias na área ocupada por manifestantes

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São Paulo

Um adolescente de 16 anos foi morto a tiros na área que ficou conhecida como Zona Autônoma de Capitol Hill, em Seattle, nos Estados Unidos, na manhã desta segunda (29).

É a segunda morte de um jovem em menos de dez dias na região ocupada por manifestantes desde 8 de junho, depois que uma delegacia de polícia foi abandonada pelas forças de segurança.

Outro adolescente, de 14 anos, também foi atingido no tiroteio e está em estado grave. Os jovens estavam em um carro e, segundo a polícia, "a cena do crime foi modificada". Ainda não há informações sobre os responsáveis pelos disparos.

Investigadora fotografa cena do crime na Zona Autônoma de Capitol Hill, em Seattle - Lindsey Wasson/Reuters

A chefe de polícia da cidade, Carmen Best, questionou a permanência dos manifestantes na área sem policiamento.

"Dois afro-americanos estão mortos em um local onde dizem estar trabalhando pelo [movimento contra o racismo] Black Lives Matter", disse Best. "Precisamos retornar àquela área. Isto é perigoso e inaceitável."

A existência da Zona Autônoma foi duramente criticada pelo presidente Donald Trump. Na manhã desta segunda, ele atacou os manifestantes que se recusam a deixar a área, chamando-os de "saqueadores, agitadores e anarquistas".

A Zona Autônoma de Capitol Hill é uma área de seis quarteirões ocupada desde o começo de junho por milhares de manisfestantes antirracistas que pedem o fim da violência policial.

Após ter sido fortemente criticado pela forma como coibiu os protestos contra a morte de George Floyd, homem negro asfixiado por um policial branco de Minneapolis durante uma abordagem no fim de maio, o Departamento de Polícia de Seattle fez uma concessão aos manifestantes e abandonou a delegacia da região.

Nos dias que se seguiram, os manifestantes cercaram a área com barricadas, e a zona passou a funcionar como uma proposta de comunidade sem forças policiais.

Esse foi o quinto tiroteio na área desde sua criação. Durante a última semana, houve tentativas de negociar a retirada das barricadas e o fim da Zona Autônoma —sem sucesso.

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