Assad demite primeiro-ministro em meio a piora econômica e protestos na Síria

Moeda do país teve forte queda, o que dificulta compra de alimento mesmo em áreas que apoiavam governo

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Amã (Jordânia) | Reuters

O ditador sírio Bashar al-Assad demitiu o premiê Imad Khamis nesta quinta (11), após semanas de piora na economia do país e do surgimento de protestos contra o governo em uma região que o apoiava.

A Síria enfrenta uma guerra civil desde 2011. O conflito trouxe muitos problemas para a economia local, mas a situação ficou ainda pior nas últimas semanas.

No início desta semana, a moeda atingiu sua pior cotação, de 3.000 libras sírias para cada dólar. Antes da guerra, cada dólar comprava 47 libras.

Em caçamba de caminhão, sírios fogem em rodovia em Ariha, na província rebelde de Idlib
Em caçamba de caminhão, sírios fogem em rodovia em Ariha, na província rebelde de Idlib - Abdulaziz Ketaz - 8.jun.20/AFP

Assim, a libra síria perdeu 80% de seu valor no último ano, devido a sanções impostas por EUA e União Europeia, além da crise econômica no Líbano, país que é fonte de moeda estrangeira para a Síria.

A queda no valor da moeda provocou inflação e dificulta o acesso a comida e a itens básicos.

Revoltados com a piora nas condições de vida, centenas de manifestantes foram às ruas em Suwaida, no sul do país, e pediram a saída do ditador. Foi um raro protesto em uma região que não se levantou contra Assad durante a guerra civil.

Os atos trouxeram a lembrança dos protestos de 2011, reprimidos violentamente e gatilho da guerra civil que destruiu o país.

Grupos rebeldes, apoiados por uma coalizão internacional que incluiu os EUA, tentaram derrubar o governo de Assad e chegaram a dominar partes do território do país. No entanto, com apoio da Rússia, o ditador resistiu e recuperou o controle de várias cidades. A guerra, entretanto, ainda não terminou.

Levantamentos estimam que já morreram no conflito de 360 mil a 580 mil pessoas. A guerra também gerou 15 milhões de refugiados e deslocados internos, muitos deles abrigados em campos improvisados.

Uma nova rodada de sanções impostas pelos EUA, que deve entrar em vigor no dia 17, deve sufocar ainda mais a economia do país e dificultar a situação de Assad.

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