O ditador sírio Bashar al-Assad demitiu o premiê Imad Khamis nesta quinta (11), após semanas de piora na economia do país e do surgimento de protestos contra o governo em uma região que o apoiava.
A Síria enfrenta uma guerra civil desde 2011. O conflito trouxe muitos problemas para a economia local, mas a situação ficou ainda pior nas últimas semanas.
No início desta semana, a moeda atingiu sua pior cotação, de 3.000 libras sírias para cada dólar. Antes da guerra, cada dólar comprava 47 libras.
Assim, a libra síria perdeu 80% de seu valor no último ano, devido a sanções impostas por EUA e União Europeia, além da crise econômica no Líbano, país que é fonte de moeda estrangeira para a Síria.
A queda no valor da moeda provocou inflação e dificulta o acesso a comida e a itens básicos.
Revoltados com a piora nas condições de vida, centenas de manifestantes foram às ruas em Suwaida, no sul do país, e pediram a saída do ditador. Foi um raro protesto em uma região que não se levantou contra Assad durante a guerra civil.
Os atos trouxeram a lembrança dos protestos de 2011, reprimidos violentamente e gatilho da guerra civil que destruiu o país.
Grupos rebeldes, apoiados por uma coalizão internacional que incluiu os EUA, tentaram derrubar o governo de Assad e chegaram a dominar partes do território do país. No entanto, com apoio da Rússia, o ditador resistiu e recuperou o controle de várias cidades. A guerra, entretanto, ainda não terminou.
Levantamentos estimam que já morreram no conflito de 360 mil a 580 mil pessoas. A guerra também gerou 15 milhões de refugiados e deslocados internos, muitos deles abrigados em campos improvisados.
Uma nova rodada de sanções impostas pelos EUA, que deve entrar em vigor no dia 17, deve sufocar ainda mais a economia do país e dificultar a situação de Assad.
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