A Itália não pode se dar ao luxo de voltar à normalidade após a crise do coronavírus, mas deve transformar a crise em oportunidade de reformar o país, afirmou o premiê Giuseppe Conte neste sábado (13).
"Este é o momento de trabalhar em um projeto claro para sair da crise", acrescentou ele, no discurso de abertura de uma consulta política em Roma.
"Precisamos aproveitar a situação para transformar a crise em uma oportunidade e remover todos os obstáculos que desaceleraram [a Itália]."
Segundo o primeiro-ministro, seu governo de coalizão está preparando um plano de reformas para simplificar a burocracia, aumentar os investimentos digitais e a energia verde, melhorar a educação, apoiar os mais pobres e trazer mais mulheres para a força de trabalho.
O governo da Itália espera que a economia nacional diminua pelo menos 8% neste ano. O país está entre os mais atingidos pelo coronavírus na Europa, com 236 mil casos confirmados e ao menos 34 mil mortes.
Aos parlamentares italianos por meio de um chamada de vídeo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a Itália deve realizar reformas planejadas para acessar verba dos fundos do bloco europeu para ajudar a tirar o país da contração induzida pelo coronavírus.
A comissão propôs um fundo de recuperação de 750 bilhões de euros (R$ 3,7 trilhões) para ajudar a impulsionar o crescimento no continente, que será debatido pelos líderes do bloco na próxima semana.
A Itália deve ser o maior beneficiário, com base nos critérios propostos para distribuir o dinheiro, devendo receber cerca de 170 bilhões de euros (R$ 858,3 bilhões).
Von der Leyen disse que, "com as reformas certas", a Itália pode aproveitar ao máximo a verba da UE, apontando para as promessas feitas por Conte de reduzir a burocracia, reformar o sistema tributário do país e fornecer um sistema judicial mais eficaz.
O bloco também quer garantias de que os países gastem o dinheiro do fundo de acordo com as prioridades da União Europeia —uma economia mais verde e melhora da infraestrutura digital.
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