Dia #87 – Segunda, 8 de junho. Cena: volume de máscaras e luvas descartáveis sextuplicou desde o início da pandemia na Catalunha.
3,1 milhões de vidas. Essa é a cifra de mortes que podem ter sido poupadas em toda a Europa graças às medidas de confinamento e segurança sanitária adotadas nos últimos três meses, segundo um estudo do Imperial College de Londres publicado nesta segunda na revista Nature.
Na Espanha, um dos 11 países analisados, o "lockdown" pode ter evitado a morte de 450 mil pessoas. A taxa de habitantes já contaminados/imunizados no país é a segunda maior da lista, com 5,5% da população, só atrás da Bélgica, com 8%.
Investigações sobre o impacto das "intervenções não farmacológicas" (NPI, da sigla em inglês), como o distanciamento social, o fechamento de escolas e negócios e o isolamento domiciliar, são a tendência dessa pós-crise, já de olho na eventualidade de um segundo surto, com consequente necessidade de atuação em diversas frentes.
As macromedidas fazem sentido. No meu micromundo, ainda me questiono: onde, de quem e quando cazzus eu peguei coronavírus, se segui a quarentena à risca e mal saí de casa para ir ao mercado, sempre paramentada com máscara, luvas e álcool em gel e buscando manter as distâncias de manual?
Tenho ouvido muito essa pergunta desde que recebi o diagnóstico de Covid-19, dias atrás, e entrei em uma nova quarentena. Tanto, que me peguei fazendo uma retrospectiva pessoal.
Ao longo dos últimos meses e até a data do meu teste PCR positivo, vi pouquíssimas pessoas —basicamente, as do meu convívio diário, por sua vez também quarentenadas, meu namorado (que, por sua vez, havia visto outras pessoas, e agora se encontra isolado de novo em casa, preventivamente) e meu médico— com máscaras e de longe.
Nas salas de espera, sentei nos bancos assinalados, com separação de 2 metros entre eles. No transporte público, idem, seguindo o distanciamento obrigatório.
Em todos os supermercados e quitandas, sequer poderia ter entrado sem pôr as luvas ou bolsas plásticas oferecidas para cobrir as mãos. Máscaras: siempre.
Em algumas ocasiões a partir do início do desconfinamento, no começo de maio, peguei a bicicleta do serviço público de Barcelona. E aí pequei: talvez tenha levado a mão à cara depois de tocar um guidão contaminado sem me dar conta.
Ao trazer as compras do mercado para casa, buscava desinfectar tudo e sempre lavava as mãos antes e depois. Quarenta segundos, todas as manobras ensinadas em 104.815.789 tutoriais etc.
A roupa para sair estava sempre à porta. Os sapatos também. Mas pode ser que algum dia eu tenha vacilado. Que atire a primeira pedra o asséptico dos assépticos.
Alguém coronado pode ter lambido a melancia que eu trouxe pra casa. Ou ter tossido sobre o contêiner de lixo reciclável dois segundos antes de eu me aproximar pra deixar o meu.
Meu namorado pode ter pego o vírus de um amigo, que por sua vez segue circulando por aí, sem saber que está contaminado e contaminando.
Toda a ginástica e lencinhos descartáveis utilizados para puxar portas e maçanetas de elevadores e banheiros de consultórios —o vírus, seja como for, firulou num paranauê, superou capas de látex e filtros e desinfetantes e me deu um strike.
Mergulho nesses detalhes porque, moral da história: todo cuidado é pouco —e, inclusive, pode não ser suficiente. O vírus está em toda parte; evitá-lo a todo custo, já sabemos, não é exatamente a questão.
Acontece que eu não apresento sintomas e não teria descoberto que tenho o vírus se não fosse por um teste apenas rotineiro, feito sem suspeitas prévias; poderia estar circulando por aí, como várias outras pessoas positivas agora mesmo.
Sobretudo, poderia transmitir o vírus a uma pessoa debilitada ou idosa, e nunca saber que contribuí, indiretamente, para o sofrimento alheio, tão pouco alheio neste momento.
Segundo o ministério da Saúde, 40% dos positivos identificados na Espanha na última semana são assintomáticos —como eu.
Se puderem: Fiquem.Em.Casa.
“Músicas para Quarentenas” podem ser escutadas aqui.
DIÁRIO DE CONFINAMENTO
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Dia 1: 'Não estamos de férias, mas em estado de alarme'
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Dia 2: 'Teste, só para pacientes internados'
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Dia 3: 'A vida vista de cima'
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Dia 4: 'Panelaço contra o rei'
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Dia 5: 'O perigo mora em casa'
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Dia 6: 'Solidariedade em tempos de vírus'
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Dia 7: 'O lado utópico da crise'
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Dia 8: 'O canto dos pássaros urbanos'
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Dia 9: 'Os de baixo ficam sem banquete'
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Dia 10: 'Essa desproteção vai cobrar fatura'
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Dia 11: 'Se não estamos no pico, estamos muito próximos'
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Dia 12: 'Tensão cresce em diferentes setores'
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Dia 13: 'Único tratamento agora é a disciplina'
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Dia 14: 'Os domingos são como segundas, e as segundas como domingos'
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Dia 15: 'Cada incursão ao exterior é uma operação de guerra'
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Dia 16: 'Começam a proliferar os vigilantes da lei entre os cidadãos'
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Dia 17: 'Tem chovido muito nestes dias em Barcelona'
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Dia 18: 'Tem chovido muito nestes dias em Barcelona'
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Dia 19: 'A vida vai registrando uma sucessão de recordes negativos'
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Dia 20: 'Come chocolates, pequena'
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Dia 21: 'Com avanço da crise, aumentam a tensão e as divergências'
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Dia 22: 'Separados por confinamento, casais marcam encontro no supermercado'
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Dia 23: 'Independentemente da duração, todos sabemos o que é uma quarentena'
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Dia 24: 'A manhã começou com um tutorial japonês maravilhoso sobre tofu'
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Dia 25: 'Espanha testará 30 mil famílias'
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Dia 26: 'Hoje deu vontade de ver o mar'
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Dia 27: 'Perspectiva é de que quarentena tenha prorrogação-da-prorrogação'
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Dia 28: 'E eu, sou não-essencial?'
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Dia 29: 'Qual é a importância das pequenas coisas?'
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Dia 30: 'Após um mês, os espanhóis (alguns) voltam às ruas'
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Dia 31: 'Não há ninguém para colher cerejas'
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Dia 32: 'Queremos pedir que você busque outra casa'
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Dia 33: 'Sobre política e pardais'
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Dia 34: 'As mandíbulas de Salvador Dalí'
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Dia 35: 'Escola, só no ano que vem'
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Dia 36: 'A Nova Normalidade'
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Dia 37: 'A dor é temporária; o orgulho é para sempre'
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Dia 38: 'O início da reconstrução'
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Dia 39: 'O elaborado ritual do passeio em família'
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Dia 40: 'A cidade mascarada'
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Dia 41: 'Um Dia dos Namorados diferente'
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Dia 42: 'Sair, sim, mas com separação de brinquedos'
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Dia 43: 'Tínhamos que tomar decisões duras e rápidas'
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Dia 44: 'A cidade das crianças'
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Dia 45: 'Isso não acabou'
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Dia 46: 'Quatro etapas para o verão'
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Dia 47: 'As piedras no caminho'
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Dia 48: 'O jeito luso'
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Dia 49: 'As novas regras do rolê'
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Dia 50: 'Sobre crânios e crises'
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Dia 51: 'Um dia inesquecível'
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Dia 52: 'Começa o descofinamento'
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Dia 53: 'O comandante e as ovelhas'
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Dia 54: 'Confinados por um fio'
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Dia 55: 'O calor e o jogo do contente'
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Dia 56: 'A Barcelona de mil caras'
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Dia 57: 'Redescobrindo o amor'
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Dia 58: 'Espanha avança pela metade'
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Dia 59: 'O voo da discórdia'
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Dia 60: 'O ano que não houve'
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Dia 61: 'Passando de fase'
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Dia 62: 'Sobre manifestações e cabeleireiros'
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Dia 63: 'San Isidro com flores e máscaras'
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Dia 64: 'Dá medo, medinho, medaço'
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Dia 65: 'Máscaras e luvas jogadas na rua'
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Dia 66: 'Quentinhas de luxo'
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Dia 67: 'Brasil para espanhol ver'
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Dia 68: 'Parecia Copacabana'
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Dia 69: 'O passinho do lagarto'
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Dia 70: 'As pessoas meio que gritam entre si'
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Dia 71: 'O augúrio chinês'
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Dia 72: 'Estamos enlouquecendo?'
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Dia 73: 'Nazaré confusa e fila pra cerveja'
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Dia 74: 'Enquanto julho não vem'
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Dia 75: 'Contemplemos, meditemos, recordemos'
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Dia 76: 'A fábula do terrorista e da marquesa'
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Dia 77: 'O informe da discórdia'
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Dia 78: 'Lições da cólera em tempos de coronavírus'
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Dia 79: 'Nos deram um pouco de liberdade e agimos como se o vírus não existisse'
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Dia 80: 'Sem pressa, mas sem pausa'
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Dia 81: 'Botellones, a nova discoteca pós-Covid'
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Dia 82: 'Pandemia, crise e racismo'
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Dia 83: 'Sair da UTI para ver o mar'
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Dia 84: 'A senhora deu positivo e deve se isolar imediatamente'
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Dia 85: 'A verdade é que é uma incerteza para todos'
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Dia 86: 'A cultura de bar na Espanha é expressiva'
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Dia 87: 'Todo cuidado é pouco e, inclusive, pode não ser suficiente'
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Dia 88: 'O vírus segue sendo uma ameaça'
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Dia 89: 'O fogo que nunca se apaga'
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Dia 90: 'Uma bolha, uma família'
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Dia 91: 'Músicos do mundinho, uni-vos'
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Dia 92: 'Como um clube de jazz dos anos 1930'
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Dia 93: 'Dinheiro pode estar com os dias contados no pós-pandemia espanhol'
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Dia 94: 'Uma vida de mil e uma regrinhas'
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