Descrição de chapéu Governo Trump

Ex-assessor de segurança nacional violará a lei se publicar livro, afirma Trump

Com informações sigilosas, manuscrito de John Bolton deve ser lançado dia 23

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Washington | Reuters

Donald Trump disse nesta segunda (15) que seu ex-assessor de segurança nacional John Bolton violará a lei e será responsabilizado criminalmente se um livro que escreveu sobre seu tempo no governo for publicado.

A Casa Branca vetou em janeiro a publicação do manuscrito de Bolton, argumentando que o texto continha "quantidades significativas de informações sigilosas".

A carta do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca ao advogado de Bolton, Charles Cooper, afirmou que o rascunho incluía informações que representam um risco de "danos excepcionalmente graves" à segurança dos EUA caso seja divulgado sem autorização.

O presidente dos EUA afirmou nesta segunda a repórteres saber que o livro tem informações confidenciais e acrescentou que o ex-assessor não concluiu a liberação do texto pela Casa Branca —procedimento necessário para atuais e antigos funcionários.

John Bolton em evento em universidade na Carolina do Norte - Logan Cyrus -17.fev.2020/ AFP

"Considerarei todas as conversas comigo como presidente altamente sigilosas. Isso significaria que, se ele escrevesse um livro e se o livro fosse publicado, ele infringiria a lei", afirmou Trump. "Isso se chama responsabilidade criminal. Isso é uma grande coisa", arrematou, dizendo também não ter lido o livro.

A publicação da obra, intitulada "The Room Where It Happened: A White House Memoir" (a sala onde aconteceu: um livro de memórias da Casa Branca), está agendada para 23 de junho.

A editora, Simon e Schuster, disse em um comunicado na sexta-feira (12) que o livro fornece um relato privilegiado do "processo de tomada de decisão inconsistente e disperso" de Trump.

O livro detalha negociações do líder americano com China, Rússia, Ucrânia, Coreia do Norte, Irã, Reino Unido, França e Alemanha, segundo a casa editorial.

Conforme o New York Times revelou no final de janeiro, Bolton relata em detalhes o episódio em que Trump congelou o envio de ajuda militar no valor de US$ 391 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) à Ucrânia.

A decisão do presidente foi um dos pontos centrais de uma das denúncias que compuseram o processo de impeachment contra ele, concluído em janeiro e pelo qual foi absolvido.

Falando no mesmo evento de Trump nesta segunda, o procurador-geral dos EUA, William Barr, informou que o Departamento de Justiça estava tentando convencer Bolton a concluir o processo de liberação e excluir os trechos sigilosos que, na visão da Casa Branca, sejam necessários.

Trump demitiu Bolton em setembro do ano passado, após 519 dias de trabalho, em meio a diferenças em uma ampla gama de questões de política externa.

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