Justiça condena adolescente a 15 anos de prisão por jogar criança do 10º andar da Tate Modern

Menino de 6 anos sobreviveu, e Jonty Bravery, 18, admitiu tentativa de homicídio

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Londres | AFP e Reuters

A justiça britânica condenou Jonty Bravery, 18, a 15 anos de prisão por ter jogado um menino de 6 anos do 10º andar da Tate Modern, o museu nacional de arte moderna de Londres, em agosto de 2019. A criança sobreviveu à tentativa de homicídio.

Laudos psiquiátricos apontam que Bravery é autista e possui transtorno de personalidade mista, mas o tribunal entendeu que o diagnóstico não explica o ataque e que o adolescente representa "risco grave e imediato à população".

"Você pretendia matar alguém naquele dia. Você quase matou aquele garoto de seis anos", disse a juíza Maura McGowan durante o anúncio da sentença, nesta sexta-feira (26). "Você vai passar a maior parte da sua vida, se não toda ela, detido. Você pode nunca ser libertado."

Equipes de atendimento de emergência na Tate Modern, em Londres, no dia do crime, em 2019 - Daniel Sorabji - 4.ago.19/AFP

A vítima foi jogada de uma altura de 30 metros e encontrada em um telhado do quinto andar do museu. O menino, que é francês e estava em um passeio de férias com a família, sobreviveu à queda, mas teve um sangramento no cérebro e fraturas nas pernas, nos braços e na coluna.

Hoje, vive em uma cadeira de rodas e precisará de cuidados e suporte em tempo integral até, pelo menos, 2022. Em uma declaração lida pela promotoria no tribunal, os pais da criança disseram que "palavras não são suficientes para descrever o horror".

Eles temem que o filho nunca mais confie em ninguém e que veja qualquer estranho como uma ameaça.

De acordo com a Justiça britânica, o crime de Bravery foi premeditado. O adolescente, então com 17 anos, disse à polícia, ao ser detido, que planejava machucar alguém no museu para aparecer na televisão.

Bravery já havia dito a seus cuidadores que planejava matar alguém dessa forma. No dia anterior ao crime, pesquisou na internet como matar pessoas e, depois, a psiquiatras, disse ter pensado em três possibilidades: estrangular uma mulher ou uma criança, afogar uma criança ou atirar alguém de um prédio alto.

"Ele disse que tinha que provar a 'todo idiota' que dizia que ele não tinha um problema mental que ele não deveria estar em comunidade", disse à corte a promotora Deanna Heer.

Bravery vivia em uma moradia social mantida por autoridades locais e, de acordo com o serviço social do distrito em que morava, tinha um histórico de agressão aos cuidadores.

Nos meses que antecederam o ataque, entretanto, recebeu permissão para sair durante quatro horas por dia, depois de apresentar sinais de melhora e bom comportamento.

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