Maduro reage a sanções e manda embaixadora da UE deixar a Venezuela

Ditador dá 72 horas para que Isabel Brilhante Pedrosa saia do país

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Caracas | Reuters e AFP

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, deu 72 horas para que a chefe da delegação da União Europeia, Isabel Brilhante Pedrosa, deixe o país —o ultimato veio nesta segunda (29), horas depois de o bloco anunciar sanções contra 11 venezuelanos.

A decisão, publicada no Diário Oficial da UE, elevou para 36 o número de pessoas sancionadas por, segundo o bloco, agir contra a democracia, o Estado de Direito e os direitos humanos na Venezuela.

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, discursa no Palácio Miraflores, em Caracas
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, discursa no Palácio Miraflores, em Caracas - Manaure Quintero - 12.mar.2020/Reuters

A lista inclui o deputado Luis Parra, dissidente da oposição e próximo ao chavismo, atual presidente da Assembleia Nacional.

"Podemos emprestar um avião para que ela vá embora", disse o líder venezuelano na TV estatal.

As sanções também atingem Juan José Mendoza, presidente do Tribunal Supremo de Justiça, o general José Ornelas, chefe do Conselho Nacional de Defesa, e Jorge Márquez, diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações.

Segundo a União Europeia, os 11 indíviduos citados na decisão desta segunda "são particularmente responsáveis por agir contra o funcionamento democrático da Assembleia Nacional, incluindo a retirada da imunidade parlamentar de vários de seus membros".

"Também conduziram perseguições políticas e criaram obstáculos a uma solução política e democrática à crise na Venezuela."

A agência de notícia Reuters não conseguiu contato com a delegação da UE em Caracas para comentar o posicionamento de Maduro.

No fim de maio, o Tribunal Supremo de Justiça anulou a presidência da Assembleia Nacional, que era comandada pelo opositor Juan Guaidó, e declarou o deputado Luis Parra responsável pelo Parlamento.

Reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, incluindo o Brasil e os EUA, Guiadó ocupava a liderança da Casa desde 5 de janeiro de 2019.

No dia 23 do mesmo mês, proclamou-se presidente, interpretando que a reeleição de Maduro havia sido ilegal e, portanto, o cargo estaria vago.

Guaidó enfrenta dificuldades em manter a oposição unida num momento em que sua imagem está desgastada pelas repercussões da Operação Gideon, tentativa frustrada de invasão do país por um grupo de mercenários para tirar Maduro do poder e que teria sido arquitetada com participação do oposicionista.

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