Marchas pelo orgulho LGBTI+ nos EUA encampam luta contra violência racial

Pandemia de coronavírus força cancelamento da maioria dos eventos presenciais no país

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Nova York | Reuters

A pandemia de coronavírus forçou o cancelamento da maioria dos eventos presenciais para celebrar o orgulho LGBTI+, mas uma marcha em Manhattan, neste domingo (28), levou milhares de pessoas às ruas, em solidariedade a manifestantes que protestavam contra o racismo e a violência policial.

A segunda marcha anual Queer Liberation marcou o final de um mês cheio de eventos presenciais e virtuais em que a comemoração das vidas LGBTI+ se fundiu aos protestos desencadeados pela morte de George Floyd em Minneapolis, no final de maio.

Aos gritos de "sem justiça, sem paz", uma multidão protestava nas ruas de Manhattan, ao som de música tecno que vinha de um caminhão com dois DJs, um dos quais repetia "vidas negras importam".

A Coalizão Recupere o Orgulho, que organizou a marcha, fez seu primeiro protesto no ano passado, ao andar em direção oposta à principal parada LGBTI+ de Nova York, rejeitando a presença ostensiva de policiais e de anúncios de grandes corporações na Quinta Avenida.

Cerca de 20 mil pessoas participam da marcha Queer Liberation, em Nova York
Cerca de 20 mil pessoas participam da marcha Queer Liberation, em Nova York - David Dee Delgado/Getty Images/AFP

Neste ano, a marcha foi o principal evento presencial no domingo do orgulho LGBTI+, depois que a parada oficial foi cancelada, em abril, pela primeira vez em seus 50 anos de história.

Ryan Lewis, 28, disse que o evento era necessário para que as pessoas começassem a entender um sistema que vem oprimindo e roubando a história dos negros, inclusive do movimento de orgulho gay.

"Do jeito que é hoje, o orgulho gay é um espaço muito branco, que atende a pessoas heterossexuais", disse.

Quando a marcha chegou ao Washington Square Park, os manifestantes se ajoelharam, em silêncio.

Em 28 de junho de 1969, frequentadores do Stonewall Inn, um bar gay no bairro de Greenwich Village, reagiram a uma batida violenta da polícia e iniciaram dias de protestos contra a perseguição, dando origem ao movimento dos direitos LGBTQ.

Ativistas comemoraram o primeiro aniversário da rebelião de Stonewall com o que chamaram de Dia da Libertação na rua Christopher, o que deu início à tradição da parada gay anual hoje realizada em todo mundo.

Marchas e protestos com foco em racismo e na luta das pessoas negras transgênero foram realizadas em várias cidades dos EUA.

Em Chicago, milhares de pessoas foram a uma parada gay também no domingo para destacar as vozes de pessoas negras e pardas da comunidade LGBTQ.

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