Policiais marcharam na avenida Champs-Élysées, em Paris, em protesto contra o governo nesta sexta (12). Eles acusam a gestão de Emmanuel Macron de usar a polícia com um bode expiatório em meio aos protestos contra o racismo e de agir de modo desrespeitoso em relação aos agentes.
Na segunda-feira (8), o ministro do interior, Christophe Castaner, prometeu tolerância zero ao racismo na polícia e proibiu o uso de estrangulamento ao deter suspeitos.
Fabien Vanhemelryck, da Aliança Policial Nacional, disse que os sindicatos pedem ao governo para "parar de comprar a paz social, apaziguando uma certa parte da população, às custas da polícia".
O ato teve cartazes com frases como "sem polícia, sem paz" e imagens de policiais sendo atacados em meio a protestos, com a pergunta "quem está massacrando quem?".
Houve outros protestos na noite de quinta (11) em várias cidades da França, depois de uma reunião entre sindicatos de policiais e o ministro do Interior em busca de um acordo.
Em Bobigny, no subúrbio de Paris, agentes se posicionaram em frente a uma delegacia e colocaram suas algemas no chão. Em Lyon, policiais pararam seus carros com as luzes piscando em uma praça central da cidade. Atos também ocorreram em Bordeaux e em Marselha.
"Precisamos ser protegidos, respeitados e apoiados. A polícia nunca está acima da lei, mas os agentes nunca devem ser deixados abaixo da lei", disse Vanhemelryck.
A revolta gerada pela morte de George Floyd, sufocado pelo joelho de um policial branco nos EUA, também motivou protestos na França e fez o país voltar a debater as acusações de que a polícia age de modo brutal e racista, especialmente contra imigrantes.
Um protesto do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam) está marcado para Paris neste sábado. A polícia pediu que as lojas no trajeto do ato fechem, pelo risco de haver confrontos.
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