O ex-policial de Atlanta que matou Rayshard Brooks na última sexta (12) se entregou às autoridades nesta quinta-feira (18) à tarde.
Garrett Rolfe, demitido um dia após o incidente, responde a 11 acusações, incluindo homicídio, lesão corporal com uma arma letal e violação de seu juramento de policial —ele pode ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte.
O agente branco atirou duas vezes nas costas do afro-americano Brooks com uma pistola Glock de 9 mm —uma das balas atingiu o coração.
O promotor responsável pelo caso pediu ao juiz que negasse a Rolfe o direito à fiança quando apresentou a denúncia, na quarta (17). O suspeito, porém, foi liberado após pagar o valor estipulado pela Justiça.
O segundo policial envolvido no episódio, Devin Brosnan, também se entregou nesta quinta e foi liberado após pagar fiança. Ele é acusado de lesão corporal de natureza grave e violação de seu juramento.
O assassinato ocorreu em meio a semanas de intensos protestos contra o racismo nos Estados Unidos em decorrência da morte de George Floyd, um cidadão negro assassinado em Minneapolis depois de ficar 8 minutos e 46 segundos com o pescoço prensado sob o joelho de um policial branco.
A chefe da polícia de Atlanta, Erika Shields, pediu demissão no dia seguinte ao incidente.
A abordagem de Brooks pelos agentes começou tranquilamente depois que ele foi encontrado dormindo em seu carro na fila do drive-thru de uma lanchonete. Rolfe e Brosnan submeteram Brooks a um teste de sobriedade, e depois disso a situação piorou.
De acordo com a versão dos fatos apresentada pelos promotores, Brooks fugia dos policiais e estava a mais de 5,5 metros de distância quando Rolfe atirou.
"Eu o peguei", diz o policial após disparar os tiros. Em seguida, o agente chutou Brooks duas vezes enquanto ele estava ferido e deitado no chão. Brosnan admitiu estar de pé sobre os ombros da vítima enquanto ele "lutava por sua vida", disse Howard.
Os policiais não prestaram assistência médica.
O relato tem como base oito vídeos do incidente, incluindo gravações feitas por câmeras de vigilância próximas e por testemunhas que passavam pelo local.
Também foram usados vídeos extraídos das câmeras que os agentes portavam presas ao uniforme e de um outro dispositivo que estava afixado na parte interna do para-brisa da viatura.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.