Rússia condena ex-militar americano a 16 anos de prisão por espionagem

Paul Whelan está detido em Moscou desde 2018; governo dos EUA afirma que julgamento foi injusto

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Moscou | Reuters

Um ex-militar americano foi condenado pela Justiça russa nesta segunda feira (15) a 16 anos de prisão nesta segunda-feira (15) por supostamente ter feito espionagem a mando de Washington. Tanto o homem quanto a Casa Branca negam a acusação.

Paul Whelan, 50, está preso em Moscou desde desembro de 2018, quando foi detido por agentes do Serviço de Segurança Federal da Rússia em um hotel na capital do país.

Ex-integrante dos Mariners (os fuzileiros navais dos EUA), Whelan afirma que estava no país para comparecer a um casamento e que foi surpreendido com a prisão. Além da cidadania americana, ele possui ainda passaportes de Canadá, Irlanda e Reino Unido.

Já o governo russo afirma que o ex-militar foi pego em flagrante com um pendrive com informações confidenciais. Os procuradores tinham pedido que ele fosse condenado a 18 anos em uma prisão de segurança máxima

Whelan, que se declarou inocente, afirmou que caiu em uma armadilha e que o pendrive foi entregue a ele por um conhecido russo, que teria dito que o dispositivo tinha fotos de férias.

O ex-militar Paul Whelan, que foi condenado por espionagem, durante seu julgamento em um tribunal em Moscou
O ex-militar Paul Whelan, que foi condenado por espionagem, durante seu julgamento em um tribunal em Moscou - Kirill Kudryavtsev/AFP

"Isso tudo é teatro político", disse Whelan, durante o julgamento. Ele disse ao juiz que não entendeu o veredito, pois os procedimentos foram realizados em russo sem tradução.

O ex-militar levantou ainda um pedaço de papel no qual denunciou o processo como um "julgamento falso" e pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump e aos líderes de Reino Unido, Canadá e Irlanda que tomassem "medidas decisivas" para garantir sua libertação.

Seu advogad , Vladimir Zherebenkov, disse que vai entrar com um recurso seria a decisão. Questionando a independência do tribunal, a família de Whelan disse em um comunicado que os "juízes russos são entidades políticas e não jurídicas".

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, também se pronunciou sobre o julgamento e pediu que Whelan fosse libertado imediatamente.

"Os Estados Unidos estão indignados com a decisão de um tribunal russo de condenar hoje o cidadão americano Paul Whelan após um julgamento secreto, com provas secretas e sem o espaço necessário para as testemunhas de defesa", disse Pompeo.

Segundo a agência Reuters, o plano do governo de Vladimir Putin é usar a condenação do americano para negociar com Washington uma troca de priosioneiros. O Kremlin gostaria de libertar ao menos dois cidadãos russos que estão atualmente detidos em territória americano —um acusado de tráfico de armas, outro de tráfico de drogas.

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