Descrição de chapéu Governo Trump

Trump retuita vídeo de casal branco apontando armas para manifestantes antirrascistas

Advogados do estado do Missouri disseram temer protesto que pedia reforma na polícia

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Washington e São Paulo | Reuters

O presidente americano, Donald Trump, compartilhou nesta segunda-feira (29), em sua página no Twitter, um vídeo que mostra um casal branco apontando armas contra manifestantes antirrascistas.

Nas imagens, Mark e Patricia McCloskey, moradores da cidade de St. Louis, no estado do Missouri, seguram armas em direção a um protesto que passa em frente à mansão do casal pedindo reformas na polícia.

Enquanto alguns manifestantes os filmam, outros pedem para que as pessoas continuem andando. O vídeo foi retuitado por Trump sem nenhum comentário adicional.

O casal disse a um jornal local que temia ser morto e que os manifestantes haviam danificado um portão de ferro na entrada do bairro. Ambos são advogados.

"Isso tudo é propriedade privada. Não há calçadas ou ruas públicas. Fiquei aterrorizada, com medo de sermos assassinados em segundos, nossa casa seria incendiada, nossos animais de estimação seriam mortos. Estávamos sozinhos diante de uma multidão enfurecida", relatou Mark.

Kimberly Gardner, promotora-chefe da cidade, disse que ficou alarmada com os vídeos e afirmou que seu escritório estava investigando o caso.

"Devemos proteger o direito de protestar pacificamente, e qualquer tentativa de evitá-lo por meio de intimidação ou ameaça de força mortal não será tolerada", disse ela em um comunicado.

Trump, que disputa a reeleição em novembro contra o democrata Joe Biden, tem visto sua aprovação pela população americana despencar nas últimas semanas.

Desde janeiro, o presidente mantinha 49% de popularidade —uma das melhores marcas de seu governo—, mas o índice começou a sofrer abalos com a condução errática adotada diante da pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 126 mil pessoas no país.

A reação do líder americano às manifestações após a morte de George Floyd, um homem negro asfixiado por um policial branco, agravou a situação e fez a aprovação de Trump ficar abaixo dos 40% pela primeira vez deste outubro.

Historicamente, o nível de aprovação associado à reeleição de um presidente no cargo é de 50% nos EUA.

Para tentar manter unida sua base de eleitores conservadores, brancos e pouco escolarizados, o presidente tenta repetir o discurso da lei e da ordem diante da turbulência, respondendo aos protestos antirrascistas com hostilidade.

No domingo (28), foi criticado por compartilhar no Twitter o vídeo de um apoiador da Flórida gritando "white power" (poder branco), uma expressão usada por grupos supremacistas brancos. Trump depois excluiu a publicação, e a Casa Branca disse que o presidente não tinha ouvido o grito.

O republicano também criticou, no final de semana, o anúncio feito pela Universidade de Princeton de que a instituição estava removendo o nome de Woodrow Wilson, ex-presidente dos EUA, de uma de suas faculdades devido a políticas racistas do ex-mandatário. "Estupidez incrível!", escreveu Trump.

Algumas plataformas de tecnologia têm respondido ao comportamento do presidente e de seus apoiadores na internet.

Nesta segunda-feira, a rede social Reddit anunciou mudanças em suas políticas de conteúdo e deletou o "r / The_Donald", um movimentado fórum da plataforma criado por entusiastas de Trump.

O presidente da empresa, Steve Huffman, disse que o Reddit estava deletando de seu site os usuários e as comunidades que promoviam o ódio baseados em identidades ou vulnerabilidades.

"Todas as comunidades no Reddit devem cumprir nossa política de conteúdo de boa fé. Banimos o r / The_Donald porque ela não cumpriu [a política da empresa], apesar de todas as oportunidades", disse Huffman.

No mês passado, o Twitter classificou duas publicações de Trump como falsas e colocou um alerta de "mídia manipulada" em um outro vídeo compartilhado pelo presidente.

Trump acusou a plataforma de sufocar as vozes conservadoras e assinou, no fim de maio, uma ordem executiva para reduzir proteções legais de empresas de tecnologia, como Twitter, Google e Facebook.

O Facebook também retirou do ar um anúncio da campanha do presidente que mostrava um simbolo nazista e pedia que usuários assinassem uma petição contra os grupos que se denominam Antifa, ou seja, antifascistas.

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