O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta terça-feira (9) que o manifestante de 75 anos ferido pela polícia no estado de Nova York pode ter encenado o episódio, um comentário que o governador local considerou "inaceitável".
Em um vídeo gravado na quinta(4), dois policiais são vistos empurrando o homem, que cai e bate a cabeça no chão com força. As imagens provocaram uma onda de indignação nos Estados Unidos.
Uma primeira declaração oficial afirmou que o septuagenário, que estava sangrando muito e parecia ter perdido a consciência, "tropeçou e caiu".
Diante do escândalo causado pelo caso, os dois policiais envolvidos foram suspensos e acusados de agressão pelo procurador de Justiça local.
Em reação à decisão, todos os 57 policiais da equipe de resposta a emergências abandonaram suas funções. De acordo com representantes de uma associação de Buffalo, os dois agentes estavam "simplesmente cumprindo ordens".
O manifestante, Martin Gugino, um ativista conhecido localmente, foi hospitalizado.
"O homem de Buffalo empurrado pela polícia pode ser um agitador do Antifa", afirmou Trump numa rede social, referindo-se ao movimento antifascista que ele acusa de ter alimentado a violência nos Estados Unidos desde a morte do de George Floyd durante ação policial.
O presidente republicano mencionou mais tarde, de maneira bastante confusa, um relatório da One America News Network, um canal conservador, segundo o qual o manifestante havia tentado interceptar as comunicações policiais. "Poderia ser uma encenação?", perguntou.
O governador democrata do estado de Nova York, Andrew Cuomo, disse que Trump "deveria se desculpar" pela mensagem que classificou como inaceitável, repreensível e estúpida.
"Que perigoso, irresponsável, mau e cruel!", declarou Cuomo em uma entrevista coletiva.
"Neste momento de angústia e raiva, o que você está fazendo? Joga mais lenha na fogueira (...) Mostre decência, mostre humanidade. Você é o presidente dos Estados Unidos", acrescentou.
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