Descrição de chapéu Coreia do Norte Venezuela

Aliança entre Venezuela e Coreia do Norte pode ter violado sanções, indica ONU

Suspeita recai sobre possível acordo militar e tecnológico entre governos dos dois países

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Nova York | Reuters

A Venezuela foi alertada por investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) que monitoram o cumprimento das sanções impostas à Coreia do Norte de que um possível acordo militar e tecnológico entre os dois países pode violar resoluções do Conselho de Segurança.

Em duas cartas enviadas ao embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, em outubro de 2019 e no mês passado, às quais a agência de notícias Reuters teve acesso, a comissão independente questionou os termos específicos do acordo e delineou as sanções que poderiam proibir o tratado.

Presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello e representante da Coreia do Norte posam em frente às bandeiras dos dois países enquanto se cumprimentam
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello, à esq., e representante do governo da Coreia do Norte durante visita a Pyongyang - 25.set.2019/KCNA via Reuters

"Levando em consideração que tal cooperação é uma forma reconhecida de a RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] violar resoluções relevantes da ONU, a comissão gostaria de solicitar uma resposta [...] a respeito de informações relativas à cooperação suspeita supramencionada", escreveu o coordenador da comissão, Alastair Morgan, no dia 12 de junho.

Isolada diplomaticamente e sofrendo com as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos na tentativa de derrubar o ditador Nicolás Maduro, a Venezuela mantém relações com adversários americanos, como Irã, Rússia, China e Coreia do Norte.

A Reuters não conseguiu verificar se um acordo militar e tecnológico entre a Coreia do Norte e a Venezuela existe de fato. O relatório da ONU e as cartas também não deram qualquer detalhe.

Os norte-coreanos estão sob um regime de sanções da ONU desde 2006. As punições foram intensificadas pelos 15 membros do Conselho de Segurança ao longo dos anos na tentativa de interromper os fundos para os programas nuclear e de mísseis balísticos do país.

Todos os anos, a comissão de especialistas da ONU presta contas sobre o cumprimento das sanções ao Conselho de Segurança. Em seu relatório anual mais recente, divulgado em 2 de março, a entidade disse que começou a investigar um possível pacto de cooperação assinado por Diosdado Cabello —que comanda a Assembleia Nacional Constituinte, leal a Maduro— durante viagem a Pyongyang em 2019.

Em um tuíte de 2 de outubro de 2019, Maduro parabenizou Cabello pelos "acordos tremendos" assinados durante a viagem recente à Ásia, que incluiu paradas na Coreia do Norte e no Vietnã.

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