Manifestantes derrubaram no sábado (4) uma estátua de Cristóvão Colombo na cidade de Baltimore, na Costa Leste dos Estados Unidos, em um novo episódio da onda de ataques a monumentos de personagens históricos vinculados à escravidão e ao colonialismo.
Os manifestantes derrubaram a estátua, localizada no bairro de Little Italy, com a ajuda de cordas, segundo imagens divulgadas pelo site do jornal local The Baltimore Sun.
Em Richmond, na Virgínia, outra estátua do navegador já havia sido derrubada, incendiada e jogada num lago.
Desde 25 de maio, quando começaram os protestos pela morte de George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, manifestantes em todo o país derrubaram dezenas de imagens de personagens ligados ao Exército Confederado, que defendeu a manutenção da escravidão na Guerra Civil Americana, ao colonialismo e ao racismo.
O presidente americano, Donald Trump, criticou os ativistas nos dois discursos que fez nas comemorações do 4 de Julho, dia da independência americana.
Na sexta-feira (3), o republicano afirmou que o movimento a favor da derrubada de estátuas de líderes confederados e de outras figuras históricas ligadas à discriminação e ao colonialismo é uma tentativa de apagar a história dos Estados Unidos.
“Multidões raivosas estão tentando demolir estátuas de nossos fundadores, desfigurar nossos memoriais mais sagrados e desencadear uma onda de crimes violentos em nossas cidades”, afirmou o presidente durante o evento no Monte Rushmore, na Dakota do Sul, monumento que homenageia quatro ex-presidentes.
Na solenidade realizada na Casa Branca, no sábado (4), Trump voltou ao tema. “Nosso passado não é um fardo a ser abandonado”.
O movimento contra a permanência de monumentos de figuras ligadas ao racismo se estendeu à Europa, onde estátuas do rei Leopoldo 2º da Bélgica foram pichadas ou derrubadas.
O monarca, que reinou na Bélgica de 1865 a 1909, foi responsável pela morte de milhões de africanos nas décadas em que foi proprietário da única colônia particular da história, onde hoje fica a República Democrática do Congo.
Em Londres, um monumento em homenagem a Robert Milligan também foi retirado por manifestantes. O inglês chegou a possuir 526 escravos em suas duas plantações de açúcar, na Jamaica.
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