O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou neste sábado (11) a renovação da ajuda humanitária à Síria por mais um ano através de uma única entrada, feita pela fronteira com a Turquia.
O movimento aconteceu um dia depois de a autorização para o dispositivo da ONU, que permite levar ajuda humanitária aos sírios sem a necessidade da aprovação de Damasco, ter expirado.
Rússia e China, aliadas sírias, abstiveram-se na quinta votação do conselho desta semana sobre o tema. Os países, que têm direito a veto no órgão, queriam reduzir as passagens de fronteira aprovadas para apenas uma.
A Rússia argumenta que mais de 85% da ajuda entregue à Síria passa por Bab al-Hawa e que, portanto, o outro acesso, via Bab al-Salam, poderia ser fechado.
Em janeiro, Moscou já havia reduzido o número de pontos de entrada para a Síria de quatro para dois e limitado a autorização para seis meses, em vez do acordo anual que havia até então.
Rússia e China argumentam que a autorização da ONU viola a soberania da Síria e que a ajuda poderia ser canalizada de forma progressiva, por meio das autoridades do país, à medida que estas recuperassem o controle dos territórios.
O embaixador da Alemanha na ONU, Christoph Heusgen, questionou os representantes chineses e russos: "Essas pessoas que deram a vocês instruções para cortar a ajuda de 500 mil crianças estão prontas para se olhar no espelho amanhã?".
O Conselho de Segurança iniciou a operação transfronteiriça na Síria em 2014, quando também havia acessos por Jordânia e Iraque. Essas entradas foram cortadas em janeiro devido à oposição da China e da Rússia.
A ONG Oxfam advertiu que deter a ajuda transfronteiriça representa "um golpe devastador para milhões de famílias sírias que dependem dessa assistência para receber água potável, alimentos, atendimento de saúde e abrigo".
Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, a Rússia vetou resoluções sobre o país árabe 16 vezes, e a China, 10 vezes.
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