Descrição de chapéu RFI

Dinamarca abre o primeiro museu da felicidade do mundo

Espaço em Copenhague mistura atividades interativas com experimentos mentais

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Fernanda Melo Larsen
RFI

Nos últimos anos, a Dinamarca tem feito parte dos melhores lugares nos rankings de bem-estar, felicidade e qualidade de vida dos Relatórios Mundiais de Felicidade da ONU.

A intenção de divulgar o segredo do país levou o Instituto da Felicidade dinamarquês a inaugurar nesta terça (14) o primeiro museu do mundo dedicado à criação de uma estrutura para uma vida boa.

"Não tinhamos um lugar onde pudéssemos revelar nossa felicidade. Quando as pessoas ouviam sobre nosso trabalho, elas costumavam pensar que sentávamos com cachorros, tomávamos chocolate quente e ficávamos confortáveis o dia todo", explica Meik Wiking, diretor do museu.

Bandeiras da Dinamarca em Copenhague - Jacob Gronholt-Pedersen - 22.out.19/ Reuters

"Criamos um museu para que as pessoas entendam mais sobre a questão", diz ele.

O museu de 240 metros quadrados tem autorização para receber apenas 25 visitantes de cada vez, devido às normas de combate à Covid-19 no país.

O espaço fica no subsolo de um prédio no centro histórico da capital, Copenhague, e consiste em atividades interativas com experimentos mentais.

Por meio deles, visitantes podem conhecer a história da felicidade, as políticas da felicidade, a anatomia dos sorrisos e descobrir por que os países nórdicos são considerados "superpoderes da felicidade".

Há vídeos de propagandas das décadas de 1950 e 1960, nos quais empresas tentavam definir o conceito de felicidade, e também exercícios envolvendo luz e chocolate.

As exposições incluem ainda artefatos doados por pessoas de todo o mundo, que revelam lembranças de seus momentos mais felizes.

Uma mulher francesa, por exemplo, doou ao museu o inalador de asma da filha, explicando que a garota não precisava mais dele depois que a família se mudou para a Dinamarca, onde a poluição do ar é menor.

Em outra sessão do museu, uma mãe brasileira descreve a felicidade que sentiu ao receber um desenho de seu filho, no qual ele dizia "eu te amo" em formato de coração.

Para Wiking, esses objetos ajudam a tornar a felicidade mais concreta. "A felicidade é simples", diz ele.

O grupo de amigos dinamarqueses Maria Have, Nikoline Poulsen e Christoffer Andersen, que visitou o museu durante a abertura, diz que a felicidade para os cidadãos do país nórdico é poder estar perto de quem se gosta.

"Nós acreditamos que estar aqui juntos, aproveitando o momento, é uma forma de felicidade porque estamos criando nossas memórias para o futuro", afirma Have.

O museu destina uma sala para analisar o sorriso, suas nuances no decorrer da história. De acordo com a exposição, países como Japão, Índia e Irã consideram que as pessoas mais sorridentes possuem menos inteligência. Já Alemanha, Suíça e Malásia acreditam que pessoas que sorriem mais são mais felizes.

"Mas essa é apenas uma das representações do estado de felicidade", diz Meik Wiking.

Apesar de os dinamarqueses não serem pessoas que riem facilmente, eles se consideram felizes. "As pessoas da América do Sul, como os brasileiros, são mais sorridentes que os dinamarqueses e os europeus em geral", reconhece.

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