A Embaixada dos EUA no Brasil informou nesta terça-feira (7), por meio de uma rede social, que o embaixador Todd Chapman realizou um teste de detecçnao do coronavírus e teve resultado negativo.
"O embaixador e a sra. Chapman permanecerão em casa em quarentena. A Embaixada dos EUA está avaliando toda a equipe que pode ter sido exposta à Covid-19. A embaixada e os consulados continuam a seguir os procedimentos do CDC [Centro de Controle de Doenças dos EUA]", disse a embaixada, no post.
No sábado (4), o embaixador recebeu o presidente Jair Bolsonaro para um almoço em celebração ao Dia da Independência dos EUA. Nesta terça (7), Bolsonaro anunciou ter contraído a Covid-19.
No encontro durante o fim de semana, Chapman posou para fotos ao lado de Bolsonaro, do chanceler Ernesto Araújo e do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Eles não usavam máscaras nem seguiam as recomendações de evitar proximidade física, como forma de tentar diminuir os riscos de contaminação por coronavírus.
Desde o início da crise mundial do coronavírus, Bolsonaro tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo, tratar como exageradas algumas medidas tomadas no exterior e por governadores de estado no país.
Ele também provocou aglomerações, muitas vezes sem uso de máscara recomendada para evitar o contágio da Covid-19.
Bolsonaro aproveitou o anúncio do seu teste para Covid-19 para defender o uso da hidroxicloroquina como medicamento eficaz para o tratamento da doença, mesmo sem que ainda exista comprovação científica do remédio. Ele afirmou que está tomando a droga.
O presidente declarou ainda que teve cansaço, febre e um pouco de dor muscular. De acordo com ele, se tivesse apenas tomado a hidroxicloroquina de forma preventiva, ele estaria bem e "sem esboçar qualquer reação". Ainda segundo o presidente, na manhã desta terça sua febre baixou para cerca de 36,7°C.
A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse a repórteres que ainda não havia conversado com o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o anúncio de Bolsonaro, mas desejou que o brasileiro "fique bem e tenha uma rápida recuperação".
Trump, entretanto, citou o Brasil como um mau exemplo no combate à pandemia ao conversar nesta terça em Washington com especialistas em saúde e educação sobre a reabertura das escolas americanas.
Chapman, 57, diplomata de carreira com larga experiência internacional, assumiu o posto de embaixador dos EUA em Brasília em abril.
O texano é funcionário do Departamento de Estado desde 1990. Seu último cargo no exterior foi como embaixador dos EUA no Equador.
Essa não é sua primeira passagem pelo Brasil. Entre 2011 e 2014, trabalhou na embaixada em Brasília, como segundo na hierarquia. Também serviu nas embaixadas americanas no Afeganistão e em Moçambique, além de ter passado por postos em Bolívia, Costa Rica, Nigéria e Taiwan.
Considerado afável e dono de um português perfeito, Chapman viveu em São Paulo entre 1974, quando tinha 12 anos, e o fim da adolescência, até sair para cursar a universidade nos EUA. O pai dele, engenheiro eletricista, trabalhava no Brasil.
Quando serviu na embaixada americana, sua marca era a versatilidade. Lidava com temas econômicos, assuntos relacionados a desenvolvimento e questões políticas.
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