Ex-guarda nazista pede desculpas pelo Holocausto durante julgamento

Bruno Dey, 93, trabalhava no campo de concentração de Stutthof, na Polônia

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Hamburgo | AFP

Um ex-guarda da Schutzstaffel (SS), organização paramilitar de Hitler, pediu desculpas nesta segunda-feira (20) às vítimas do Holocausto.

"Gostaria de me desculpar diante daqueles que sofreram esse inferno e diante de seus familiares. Algo semelhante nunca deve acontecer novamente", declarou Bruno Dey, 93, que está sendo julgado em Hamburgo, na Alemanha.

Dey trabalhava no campo de concentração de Stutthof, no norte da Polônia, e disse que compreendeu "toda magnitude e crueldade" do que acontecia por lá com as declarações das testemunhas do processo.

Bruno Dey cobre seu rosto durante julgamento em Hamburgo, na Alemanha
Bruno Dey cobre seu rosto durante julgamento em Hamburgo, na Alemanha - Axel Heimken - 20.jul.20/AFP

Ele reiterou, porém, que nunca se voluntariou para o alistamento na SS, e que, se tivesse tido a possibilidade de escolher, nunca teria trabalhado para a organização.

Criado em 1939, Stutthof foi o primeiro campo de concentração nazista construído fora da Alemanha.

Inicialmente destinado a presos políticos poloneses, acabou recebendo cerca de 115 mil deportados, muitos deles judeus. Aproximadamente 65 mil pessoas morreram nele.

Bruno Dey é acusado de cumplicidade no assassinato de 5.230 dessas pessoas, mortas entre agosto de 1944 e abril de 1945.

Como tinha entre 17 e 18 anos à época, ele está sendo processado em um tribunal para menores.

Seu advogado, Stefan Waterkamp, pediu nesta segunda a anulação do caso ou uma punição com suspensão da pena de prisão, de acordo com a legislação para menores do país.

Ele alega que "ser destinado a um campo de concentração" não era considerado um crime na época.

Nos últimos anos, a Alemanha tem julgado e condenado vários antigos membros da Schutzstaffel por cumplicidade em assassinatos, em uma severidade crescente, embora tardia, da justiça contra os envolvidos no Holocausto.

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