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Holanda reabre clubes de sexo, mas recomenda a prostitutas evitarem beijos

Com pandemia, distrito da Luz Vermelha foi abandonado por três meses e meio

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Amsterdã | Reuters

Dançarinas eróticas e prostitutas da Holanda voltaram a receber clientes nesta quarta-feira (1º), após o governo do país afrouxar algumas das medidas contra o novo coronavírus.

Em março, os bordéis de Amsterdã foram obrigados a fechar para tentar conter a disseminação da Covid-19. O distrito da Luz Vermelha, famoso pelos shows de sexo, foi abandonado por três meses e meio.

Os clubes deveriam ser reabertos em setembro, mas o número de infectados no país declinou rapidamente nas últimas semanas, e o governo decidiu antecipar a data, recomendando apenas que as profissionais evitem beijos e respirações profundas.

Ao entardecer, pessoas caminham por ruas de paralelepípedos, a maioria está com roupas de frio. Há diversos letreiros de clube de sexo e cafés nas fachada das casas
Pessoas andam pelo distrito da Luz Vermelha, em Amsterdã, após a Holanda afrouxar restrições contra a pandemia do novo coronavírus - Kenzo Tribouillard - 1.jul.20/ AFP

“Estou ansiosa para voltar ao trabalho”, disse a prostituta Moira Mona, 29. Nesta semana, ela se apresentará em um clube de sadomasoquismo. "Toda renda extra é bem-vinda, então espero que seja um dia cheio. Mas não tenho esperanças de que teremos o mesmo público de antes da crise.”

Embora, na Holanda, profissionais do sexo já sigam normas rígidas de segurança sanitária, o setor compilou recomendações para prevenção da Covid-19, incluindo posições sexuais a serem evitadas.

“Nessa profissão, o risco de transmissão de doenças é sempre maior, porque as pessoas se aproximam muito umas das outras”, explica Debbie Mensink, consultora de saúde pública em Amsterdã.

Mona disse que tomará precauções e, por isso, afirma não estar preocupada. Além de tirar do armário as roupas de látex, os saltos agulha e os chicotes, também comprou uma máscara de couro com pregos de metal, luvas pretas e uma máscara cirúrgica para atender aos clientes.

"Não recebo seguro-desemprego se ficar doente. Então, se alguém começar a tossir ou espirrar, pedirei para voltar outra hora”, explica. “Se fico doente por uma semana, é uma semana sem renda."

Mona afirma que, apesar de ter conseguido um pouco de dinheiro por meio de shows pela internet, ela teria que gastar toda sua economia se as restrições durassem muito mais tempo.

Até esta quinta-feira, a Holanda havia registrado 50.546 infecções e 6.132 mortes em decorrência do coronavírus.

Embora os novos casos tenham caído, os cidadãos do país, com exceção dos trabalhadores do sexo, ainda são aconselhados a manter 1,5 metro de distância e a usar máscaras no transporte público.

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