Descrição de chapéu Coronavírus

Manifestantes bloqueiam entrada do Parlamento em novo ato contra Netanyahu

Israelenses criticam resposta do governo à pandemia e pedem renúncia do premiê

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São Paulo e Jerusalém | Reuters

Depois de uma noite intensa de protestos contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, dezenas de manifestantes se acorrentaram uns aos outros e bloquearam a entrada do Parlamento na manhã desta quarta-feira (22).

O grupo foi contido pelas forças de segurança. Quatro pessoas foram presas.

Na terça-feira (21) à noite, em mais um ato contra a resposta do governo de Netanyahu à pandemia do coronavírus, cerca de 2.000 manifestantes protestaram do lado de fora da residência oficial do líder israelense.

Usando máscaras, eles marcharam até a sede do Legislativo com cartazes que diziam "Ministro do Crime" e pedindo ao premiê, no poder há cinco mandatos, que renuncie. Houve confrontos com a polícia, que recorreu a canhões de água para dispersar os manifestantes.

Policiais retiram à força manifestantes que bloqueavam rua durante protesto contra o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, na madrugada desta quarta (22)
Policiais retiram à força manifestantes que bloqueavam rua durante protesto contra o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, na madrugada desta quarta (22) - Menahem Kahana/AFP

Apesar dos protestos, o Parlamento aprovou na madrugada desta quinta (23, noite de quarta no Brasil) um projeto que aumenta os poderes do primeiro-ministro no combate à pandemia.

Com 48 votos a favor e 35 contrários, a chamada "Grande Lei do Coronavírus" diminui a capacidade do próprio Legisativo de bloquear medidas do Executivo relacionadas à Covid-19 —como, por exemplo, ordens para o fechamento do comércio ou de outras atividades.

A legislação também permite que o premiê e seu gabinete implementem regras que considerem urgentes para combater à pandemia, sem a necessidade de autorização dos parlamentares.

A reimposição de medidas de combate à Covid-19 após um aumento nos novos casos levou os israelenses a sair às ruas em manifestações quase diárias por melhores auxílios do Estado durante a crise.

A insatisfação também foi alimentada por um processo judicial contra Netanyahu, iniciado em maio. Ele é acusado de corrupção, fraude e quebra de confiança —o premiê afirma não ter cometido nenhuma ilegalidade.

Bibi, como o primeiro-ministro é conhecido, já anunciou vários pacotes de ajuda econômica. Mas, frustrados com a burocracia e a demora em receber os valores, muitos israelenses dizem que o auxílio é pouco e chega tarde.

"É humilhante e ofensivo. Você paga Previdência e impostos por 30 anos e depois tem que implorar [para as autoridades] para sobreviver. Estou aqui para protestar, para que esse governo maligno renuncie", disse Doron, 54.

O israelense, que pediu para não dar seu nome completo, disse que está de licença não remunerada há três meses.

Em maio, o governo suspendeu um boqueio parcial que levou ao achatamento da curva de infecções. Mas uma segunda onda de casos de Covid-19 fez com que os índices de aprovação de Netanyahu caíssem para menos de 30% e o desemprego subisse para 21%.

A polícia não informou quantos manifestantes participaram dos atos. A mídia israelense disse que o protesto atraiu milhares de todo o país. Pelo menos 34 pessoas foram presas na terça-feira.

Com uma população de 9 milhões, Israel tem mais de 54 mil casos de coronavírus e 430 mortes.

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