Protestos anti-Putin e contra a prisão do governador da região de Khabarovsk, no extremo leste da Rússia, reuniram milhares de pessoas neste sábado (18), na capital homônima de aproximadamente 600 mil habitantes.
Serguei Furgal foi detido na semana passada e levado a Moscou, onde aguarda julgamento. O governador foi denunciado por suposto envolvimento no planejamento, 15 anos atrás, do assassinato de vários empresários.
Ele assumiu o cargo em 2018, quando derrotou, com quase 70% dos votos, o candidato da legenda Rússia Unida, do qual faz parte o presidente Vladimir Putin.
Furgal pertence ao ultranacionalista Partido Liberal Democrata Russo —a segunda força de oposição no país— e é um dos poucos governadores não ligados totalmente ao Kremlin.
A prisão acontece pouco depois de uma vitória de Putin, que aprovou um pacote de mudanças constitucionais que permitirá ao presidente ficar no poder por mais 16 anos, caso seja reeleito em 2024 e 2030.
Se Furgal for considerado culpado das acusações, o governador pode ser condenado a prisão perpétua. Ele nega as acusações.
Os protestos pacíficos deste sábado são o segundo ato na cidade desde a prisão. Manifestantes lotaram uma rua durante a tarde, carregando cartazes em apoio ao político preso.
Alguns exigem sua libertação, outros pedem um julgamento aberto e transparente, de preferência na própria região de Khabarovsk, e não em Moscou.
Além dos cartazes e gritos de ordem pró-Furgal, manifestantes também exibiam mensagens anti-Putin.
Segundo comunicado do gabinete do prefeito da cidade, menos de 10 mil pessoas participaram do ato. Já veículos de notícias locais estimam que entre 15 mil e 30 mil ativistas compareceram ao protesto.
Outras cidades da região também tiveram manifestações menores.
Nos atos da semana passada, enquanto a mídia local estimava cerca de 40 mil presentes, o escritório local do Ministério do Interior afirmava que entre 10 mil e 12 mil pessoas participaram dos protestos.
Khabarovsk, capital que leva o mesmo nome da região, fica na fronteira com a China, a mais de 6.000 km de Moscou.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.