Descrição de chapéu Governo Trump

Senado dos EUA aprova lei que prevê retirada de nomes de confederados de bases militares

Projeto inclui orçamento de mais de US$ 740 bilhões para o Departamento de Defesa

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Washington | AFP

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (23) um projeto de lei que destina US$ 740,5 bilhões (R$ 3,86 trilhões) ao Pentágono, fixa as prioridades do Departamento de Defesa e prevê a retirada dos nomes das bases militares que homenageiam figuras históricas pró-escravidão.

A versão do Senado da Lei de Autorização de Defesa Nacional para Gastos Críticos foi aprovada com 86 votos a favor e 14 contra.

O resultado, alcançado com o apoio de membros do Partido Republicano, que tem maioria na Casa, superou os dois terços necessários para impedir um veto do presidente Donald Trump, que havia ameaçado bloquear o projeto devido ao plano de mudar os nomes das instalações.

A Câmara dos Representantes, de maioria democrata, aprovou sua própria versão do projeto, que também inclui a retirada dos nomes —assim como no Senado, o número de votos a favor é suficiente para derrubar um eventual veto.

A onda de protestos desencadeada pelo assassinato de George Floyd, homem negro asfixiado por um policial branco, em 25 de maio, levou a uma campanha para a retirada de símbolos considerados racistas, incluindo estátuas, bandeiras e nomes e embalagens de produtos.

A iniciativa é endossada pelos movimentos contra a brutalidade policial e a injustiça racial, que questionam o fato de as instalações, símbolos americanos fora do país, receberem nomes de pessoas que perpetuaram a discriminação racial e a escravidão nos Estados Unidos no passado.

Apoiadores dessas homenagens, entre eles Trump, afirmam que a prática é uma forma de lembrar os mortos que lutaram pelo lado derrotado na Guerra Civil Americana (1861-1865) —no caso, o Exército Confederado, formado pelos estados do sul dos EUA, que defendiam a manutenção da escravidão.

Eles afirmam ainda que os símbolos e a memória dos oficiais confederados fazem parte da herança cultural do país.

Câmara e Senado negociarão agora uma terceira versão do projeto, que deverá conciliar as propostas aprovadas em cada casa.

A versão do Senado deste ano inclui um aumento salarial de 3% para as tropas e uma iniciativa no Pacífico para dissuadir qualquer agressão da China.

A lei "fornece aos nossos militares o pessoal, a equipe, o treinamento e a organização necessários para (...) frustrar qualquer adversário que tente nos ferir", afirmou o presidente do Comitê das Forças Armadas do Senado, o republicano James Inhofe, em comunicado.

Bandeira vetada

Na última sexta (17), o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, vetou o uso em instalações militares americanas de bandeiras e símbolos que possam ser ofensivos, o que inclui a bandeira confederada.

O emblema foi adotado como símbolo do supremacismo branco americano.

Muitas bases militares já haviam banido o uso de bandeiras confederadas, mas a ordem do secretário é de abrangência total e vale para as instalações militares dos EUA em todo o mundo.

Em junho, o estado americano do Mississippi aprovou a exclusão do emblema confederado de sua bandeira. A lei, já sancionada pelo governador Tate Reeves, prevê a formação de uma comissão para desenhar um novo ícone sem o símbolo e com a frase "Confiamos em Deus".

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