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Trump cancela parte da convenção do Partido Republicano devido ao coronavírus

Evento aconteceria em agosto na Flórida, onde número de casos vem aumentando

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Washington e São Paulo | Reuters

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (23) o cancelamento de parte da convenção nacional do Partido Republicano devido à pandemia do novo coronavírus. O evento estava marcado para 27 de agosto em Jacksonville, na Flórida, onde as infecções estão em alta.

"Este não é um bom momento", disse ele durante uma entrevista na Casa Branca sobre a crise de saúde. "Não é a hora certa para ter uma convenção grande."

O presidente afirmou ainda que cancelou o evento "para proteger o povo americano". Uma nova data e local não foram anunciados.

Trump durante entrevista na Casa Branca sobre a pandemia do novo coronavírus
Trump durante entrevista na Casa Branca sobre a pandemia do novo coronavírus - Kevin Lamarque/Reuters

A convenção, que reuniria cerca de 15 mil pessoas, é o momento em que o partido oficializa a nomeação de seu candidato à eleição de novembro —no caso, o próprio Trump.

O presidente afirmou que outra parte do evento foi mantida: uma reunião, bem menor em escala, dos delegados republicanos que já estava prevista para acontecer em Charlotte, na Carolina do Norte, na última semana de agosto. Trump disse que ainda faria um discurso na ocasião, mas "de uma forma diferente".

A convenção inicialmente aconteceria na cidade, mas foi transferida depois que o governador, o democrata Roy Cooper, não quis flexibilizar as regras de isolamento social, o que forçou o partido a procurar uma nova localidade.

A Flórida é um dos estados mais atingidos pela pandemia. Com 389.860 casos confirmados, fica atrás apenas de Nova York e da Califórnia, que aparece em primeiro lugar no ranking elaborado pelo New York Times.

O estado é o oitavo em número de mortes —foram registradas mais de 5.500 até esta quinta-feira.

Pressionado por pesquisas que apontam um cenário cada vez mais difícil para sua reeleição, Trump vem ensaiando uma mudança de postura diante da pandemia que já matou mais de 140 mil pessoas nos EUA.

O aparente novo comportamento inclui a defesa do uso de máscaras no combate ao coronavírus, o retorno das aparições diárias para falar da crise com gravidade e a suspensão de grandes eventos de campanha no momento em que o país mergulha em novos recordes de casos de Covid-19.

No sábado (18), uma semana depois de aparecer de máscara em público pela primeira vez, Trump anunciou que trocaria eventos presenciais de campanha pelo que chamou de "telecomícios".
Donald Trump entra em ginásio onde realiza comício na cidade de Tulsa, em Oklahoma - Leah Millis - 20.jun.20/Reuters

Na terça-feira (21), em um discurso curto e sem improvisos, Trump leu frases sobre a seriedade da crise e falou em defesa das máscaras, do distanciamento social e da cautela na ocupação de bares e restaurantes, após meses vociferando justamente o contrário.

"Infelizmente [o cenário] vai ficar pior antes de melhorar. É uma coisa que não gostaria de dizer, mas é como é", afirmou, em sua primeira entrevista coletiva sobre a pandemia desde meados de abril.

"Quando não for capaz de fazer distanciamento social, use a máscara. Se você gosta ou não, elas têm um impacto. Elas vão ter um efeito e precisamos de tudo que puder ajudar."

Duas pesquisas realizadas na primeira quinzena de julho mostraram que a maioria dos americanos desaprova a resposta de Trump à crise sanitária.

Entre os entrevistados pela Universidade Quinnipiac, apenas 35% apoiavam a conduta do presidente. Os resultados da sondagem realizada pelo jornal Wall Street Journal e pela emissora NBC vão no mesmo sentido: 59% desaprovavam a forma como o governo do republicano lidou com a crise.

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