Em mudança de postura, Trump troca eventos presenciais de campanha por 'telecomícios'

Apoiadores do republicano em Wisconsin são primeiros a receber ligação do presidente

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São Paulo

"Alô. Aqui é Trump." Já imaginou receber uma ligação em que do outro lado da linha está o presidente dos EUA? Apoiadores do republicano em Wisconsin receberam um telefonema assim nesta sexta (17).

Uma semana depois de aparecer de máscara em público pela primeira vez, Donald Trump anunciou que trocará eventos presenciais de campanha pelo que chamou de "telecomícios", segundo a CNN, em uma nova mudança de postura frente à queda nas pesquisas de intenção de voto.

O presidente dos EUA, Donald Trump, durante comício em Tulsa, no estado de Oklahoma
O presidente dos EUA, Donald Trump, durante comício em Tulsa, no estado de Oklahoma - Leah Millis - 20.jun.20/Reuters

A ligação a eleitores do estado no Meio Oeste americano foi a primeira experiência do novo tipo de abordagem de Trump.

Por telefone, o presidente afirmou que, "até que isso [crise do coronavírus] se resolva, e estamos indo muito bem com medicações e vacinas, será difícil realizar aqueles grandes comícios maciços".

No comício em Tulsa, em Oklahoma, o republicano viu menos da metade dos 19 mil assentos ocupados –6.200 apoiadores participaram. Era o primeiro evento de campanha desde o início da pandemia.

"Eu queria estar com vocês, e isso está realmente substituindo nossos comícios que amamos tanto", disse o presidente americano aos apoiadores por telefone.

"Estou fazendo comícios por telefone, e vamos chamá-los de Comícios de Trump. Temos muitas pessoas na linha, e eu agradeço por isso", acrescentou.

A primeira aparição em público usando máscara foi durante uma visita a uma instalação médica militar, a Walter Reed National Military Medical Center, nos arredores de Washington.

O presidente americano, Donald Trump, usa máscara em visita ao Walter Reed National Military Medical Center
O presidente americano, Donald Trump, usa máscara em visita ao Walter Reed National Military Medical Center - Alex Edelman - 11.jul.20/AFP

Até então, Trump havia se recusado a usar o item em público ou a pedir a outros americanos que o fizessem, dizendo que essa era uma decisão pessoal. Ele afirmou, no entanto, que utilizaria máscara se estivesse em uma multidão e não pudesse manter distância dos outros.

A virada de postura do presidente vem em meio ao anúncio de seguidas pesquisas que dão vantagem a seu opositor nas urnas em novembro, o democrata Joe Biden.

A aprovação eleitoral do adversário entre os americanos registrados para votar chegou a 52%, contra 37% de Trump, a maior margem já registrada pela Universidade Quinnipiac, em pesquisa nacional divulgada na quarta (15).

Uma segunda sondagem, feita pelo Wall Street Journal e pela emissora NBC News, também mostrou resultados positivos para o democrata. Biden aparece com 51% das intenções de voto, contra 40% do atual presidente —a vantagem do democrata subiu de 7 para 11 pontos percentuais.

Na soma da intenção de votos em estados-pêndulo –que ora votam em republicanos, ora votam em democratas–, Wisconsin entre eles, Biden lidera com 52%, contra 40% de Trump.​

A pesquisa de Quinnipiac também mostrou que a aprovação do presidente atingiu seu menor patamar desde 2017. São 36% os que apoiam a Casa Branca de Trump, contra 60% que a desaprovam —uma queda de seis pontos percentuais em relação à última sondagem da universidade.

Mas não é somente a aprovação a sua gestão que está em baixa. Apenas 35% apoiam a resposta de Trump à pandemia do novo coronavírus.

A Universidade Quinnipiac entrevistou 1.273 eleitores registrados entre 9 e 13 de julho. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.

Já a pesquisa WSJ/NBC foi realizada de 9 a 12 de julho com 900 eleitores registrados. Mais da metade dos participantes foi contatada por meio de ligações a telefones celulares.

A margem de erro é de mais ou menos 3,3 pontos percentuais.

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