Ao menos 13 pessoas —11 homens e 2 mulheres— morreram em uma boate no Peru, em meio a uma operação da polícia na noite de sábado (22)..

Os agentes foram ao local para dispersar mais de cem jovens que participavam de uma festa clandestina, convocada por meio de redes sociais, no Thomas Restobar, em Los Olivos, município vizinho de Lima. O lugar da tragédia fica a 10 km do centro da capital peruana.

A tragédia ocorreu após as 22h (meia-noite de domingo, no horário de Brasília), quando começa o toque de recolher imposto pelo governo para tentar barrar o avanço do coronavírus no país.

A medida vale para todo o território peruano entre as 22h de sábado e as 4h de segunda-feira.

A polícia foi ao local após denúncia de um vizinho. Com a notícia da chegada dos agentes, houve correria em direção à única porta do lugar, e as pessoas morreram em meio ao tumulto, por asfixia.

As vítimas têm idade entre 20 e 30 anos, segundo o jornal Expreso. Além dos 13 mortos, seis pessoas ficaram feridas —três civis e três policiais, de acordo com o governo peruano.

Há relatos de que os agentes usaram bombas de gás para dispersar as pessoas. O governo nega. "O que a polícia fez foi solicitar que as mulheres saíssem primeiro e, depois, os homens. Em nenhum momento, a polícia fechou a porta porque a porta se abria por dentro do local", disse Jorge Montoya, ministro do Interior.

O comandante-geral da Polícia Nacional do Peru, Orlando Velasco, disse que 23 frequentadores foram presos por desrespeitar o toque de recolher, e que 15 deles tiveram teste positivo de coronavírus, feito logo após a detenção. Os dois donos do bar também foram detidos.

O governo peruano proibiu reuniões sociais para tentar frear a propagação do coronavírus. Bares e casas noturnas estão fechados desde março. No país, há mais de 585 mil casos confirmados de Covid-19 e 27.453 mortos desde o começo da pandemia.

Com 33 milhões de habitantes, o país é o terceiro país com mais mortes pela doença na América Latina, atrás de Brasil e México.