Descrição de chapéu Diplomacia Brasileira

Bolsonaro diz que Brasil fará 'gesto concreto' para ajudar Líbano depois de explosão

Presidente disse que está em contato com comunidade libanesa no Brasil para saber das necessidades

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (5) que o governo brasileiro fará um "gesto concreto" para ajudar os libaneses após a explosão na zona portuária de Beirute na terça-feira (4).

Em uma cerimônia no Ministério de Minas e Energia, Bolsonaro afirmou que está em contato com a comunidade libanesa para que ela indique as necessidades no país.

"O Brasil vai fazer mais que um gesto, algo concreto para atender em parte aquelas pessoas que estão numa situação complicada", disse o presidente em seu discurso, no qual também manifestou solidariedade à população libanesa.

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Lúcio Távora - 29.jul.20/Xinhua

Ao deixar o evento, Bolsonaro disse ainda que, além da embaixada do Líbano no Brasil, está conversando com a comunidade libanesa em São Paulo. "Eles têm como melhor dizer o que precisam e o que podemos atender", afirmou.

O presidente citou como exemplo a possibilidade de disponibilizar um KC-390, o maior cargueiro da Força Aérea Brasileira, que pode transportar até 26 toneladas a uma velocidade máxima de 470 nós (870 km/h).

A aeronave também é capaz de transportar tropas (80 soldados ou 66 paraquedistas), paletes, veículos blindados e helicópteros.

O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reuniu-se nesta quarta com o embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah, "para transmitir a solidariedade brasileira a todos os libaneses pela terrível explosão", escreveu ele numa rede social.

O chanceler também disse que tratou no encontro da cooperação que será oferecida pelo Brasil, referindo-se aos dois países como nações irmãs.

Vivem no Líbano cerca de 20 mil brasileiros, principalmente na região do Vale do Bekka.

Sobre a situação deles, Bolsonaro reiterou a informação que o Itamaraty havia dado no dia anterior, de que não há feridos com gravidade.

A esposa do adido da Defesa no país teve ferimentos leves e está hospitalizada desde terça, mas passa bem, segundo o ministério.

A pasta informou que a embaixada brasileira, localizada no centro de Beirute, foi duramente atingida, mas não teve danos estruturais.

"As salas voltadas para o local da explosão foram mais afetadas, com janelas estilhaçadas, desabamento do forro do teto, mobília e computadores seriamente danificados. Salas e escritórios voltados para a cidade foram poupados", afirmou a chancelaria.

Internet, eletricidade e água estão funcionando normalmente, e os veículos oficiais não foram afetados.

O Centro Cultural Brasil-Líbano, localizado no bairro de Achrafieh, próximo ao porto, teve fachada, portas e janelas seriamente danificadas. O setor consular, situado em bairro mais distante, não sofreu danos substanciais.

A maioria dos membros do corpo diplomático reside em Achrafieh e em seus arredores —há relatos de janelas, mobília e paredes gravemente danificados.

Atualmente há 53 pessoas que trabalham na representação brasileira, entre diplomatas, funcionários locais e militares.

Na força especial da Marinha que opera no Líbano, servem também aproximadamente 200 militares.

"Por uma coincidência, ontem [terça], a nossa fragata havia se deslocado para aproximadamente 10 km mar a dentro e aproximadamente dez horas depois aconteceu este episódio", disse Bolsonaro.

A fragata brasileira Independência deixou o porto de Beirute por volta das 9h da terça, 3h em Brasília, para mais um dia de patrulha regular nas águas ao redor da cidade.

Às 18h30 (12h30 em Brasília), a tripulação testemunhou a gigantesca explosão na capital libanesa de um ponto a cerca de 15 km do porto.

O navio é a nau capitânia da Força-Tarefa Marítima da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), estabelecida em 2011 com comando brasileiro.

A frota tem outros cinco navios, da Alemanha, da Grécia, da Indonésia, da Turquia e de Bangladesh —esse último, a corveta BNS Bijoy, estava no porto na hora da explosão, e a Unifil afirma que há vários feridos graves sendo atendidos.

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