Em prisão domiciliar, ex-presidente da Colômbia renuncia ao Senado

Álvaro Uribe, acusado de manipular testemunhas, afirma que oito garantias processuais foram violadas

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Bogotá | AFP

O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, investigado por manipulação de testemunhas, renunciou à sua cadeira no Senado nesta terça-feira (18), após ter sido colocado em prisão domiciliar no início deste mês.

Em uma carta de demissão ao presidente do Parlamento e publicada numa rede social, ele citou diversas razões que o levaram a "anular qualquer expectativa de que possa retornar ao Senado".

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe durante entrevista coletiva em Rionegro
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe durante entrevista coletiva em Rionegro - Fredy Builes - 30.jul.18/Reuters

A Suprema Corte colocou Uribe, talvez o político mais polêmico do país sul-americano, sob detenção em uma decisão unânime que citou risco de obstrução da Justiça. Ele nega as acusações.

O ex-presidente afirma que oito garantias processuais foram violadas e que as escutas telefônicas que fazem parte do caso são ilegais. Também disse que seus "adversários políticos e jornalísticos" receberam vazamentos seletivos de documentos do processo.

Todos os registros do tribunal sobre a ordem de prisão domiciliar tornaram-se públicos alguns dias após a divulgação da decisão —os documentos somam mais de 1.500 páginas.

Na carta, Uribe expressou apoio a uma reforma do Judiciário que ganhou força com o desenrolar do processo contra ele. A proposta foi feita pelo Centro Democrático, partido do qual faz parte.

“Eu voto por uma reforma da Justiça que despolitiza ao mudar o sistema de eleição de magistrados”, diz a carta. “A luta pela defesa da liberdade da Colômbia é um imperativo irrenunciável.”

Espera-se que a cadeira de Uribe seja ocupada pelo candidato remanescente da lista de seu partido nas eleições de 2018 que tenha obtido o maior número de votos.

O ex-presidente e aliados são acusados ​​de manipular testemunhas para desacreditar alegações de que ele tinha ligações com paramilitares. É a primeira vez que um tribunal colombiano detém um ex-presidente.

Desde que concluiu seu segundo mandato, em 2010, Uribe conduziu dois sucessores ao poder, incluindo o atual presidente, Iván Duque, que disse repetidamente acreditar que seu mentor é inocente.

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