Descrição de chapéu Governo Trump

Facebook remove vídeo de Trump com informações falsas sobre Covid-19 pela primeira vez

Gravação mostrava presidente afirmando que crianças eram 'quase imunes' ao novo coronavírus

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Reuters

Por violar regras contra compartilhamento de desinformação sobre o coronavírus, o Facebook tirou do ar nesta quarta-feira (5) um vídeo publicado pelo presidente americano, Donald Trump, no qual ele afirma que as crianças são "quase imunes" à Covid-19.

Um porta-voz da empresa, que também é dona do WhatsApp e do Instagram, disse que esta foi a primeira vez que o Facebook removeu um post de Trump devido a informações incorretas sobre a Covid-19.

Não há evidências que comprovem que crianças sejam imunes à doença provocada pelo patógeno.

Donald Trump chega à sala de imprensa da Casa Branca para entrevista coletiva
Donald Trump chega à sala de imprensa da Casa Branca para entrevista coletiva - Olivier Douliery/AFP

A política da rede social prevê a exclusão de publicações "que fazem alegações falsas sobre curas, tratamentos, disponibilidade de serviços essenciais ou sobre a localização e gravidade do surto".

No vídeo, exibido mais cedo nesta quarta, Trump aparece dando uma entrevista à rede americana Fox News, cuja cobertura é geralmente favorável ao republicano.

Esta parece ser também a primeira vez que o Facebook exclui uma postagem do presidente por violar suas regras de desinformação em geral —não apenas aquelas voltadas para a pandemia.

A empresa já havia tirado do ar anúncios da campanha eleitoral do presidente por descumprir as normas. Naquele caso, as mensagens tratavam do Censo nacional realizado deste ano.

O Facebook também removeu publicações de Trump e anúncios de campanha que mostravam um triângulo vermelho invertido, um símbolo que os nazistas usavam para identificar presos políticos. Segundo a companhia, as mensagens violaram sua política contra incitação ao ódio.

Twitter oculta vídeo e suspende perfil

O Twitter, rede preferida de Trump, ocultou uma publicação do perfil oficial da campanha à reeleição do republicano com o vídeo —e compartilhada pelo presidente— por violar a política contra desinformação relacionada à Covid-19.

Um porta-voz da empresa afirmou que o proprietário da conta terá que deletar o tuíte para poder voltar a utilizar a rede.

A campanha de Trump acusou as empresas de serem tendenciosas contra o presidente, dizendo que o presidente havia comunicado um fato. "As empresas de mídia social não são as árbitras da verdade", disse a porta-voz Courtney Parella.

O Twitter tem regras mais rígidas sobre o compartilhamento de informações falsas e enganosas sobre a pandemia da Covid-19 e as eleições americanas que o Facebook e o Instagram. A rede tem incluído alertas em posts feitos por Trump desde maio.

Na primeira vez que isso aconteceu, a plataforma sinalizou uma mensagem em que o republicano afirmava que a votação utilizando cédulas por correio resultaria em "eleições fraudulentas".

A notificação —um ponto de exclamação azul— orientou usuários a "obterem informações sobre as cédulas por correio" e os direcionou a uma página com notícias e artigos de checagem de fatos sobre as alegações de Trump.

O presidente Jair Bolsonaro também teve uma publicação removida pela rede social por violar a política de combate a fake news sobre o coronavírus.

No caso do brasileiro, foi tirado do ar um vídeo em que Bolsonaro afirma que o medicamento hidroxicloroquina está "dando certo em todo lugar" no tratamento contra a Covid-19 —algo sem nenhuma comprovação científica.

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