Comecei a fotografar a pandemia em Medellín no começo de março, em uma pauta para o jornal americano The New York Times. As ruas estavam vazias, e as pessoas, com medo, seguindo estritos protocolos de segurança.
Aos poucos, o pouco dinheiro dos colombianos se esgotou, e a situação os empurrou violentamente para um terrível paradoxo: morrer de fome ou se expor à Covid- 19.
Após quase cinco meses de isolamento, os colombianos enfrentamos o pico da pandemia. Na quarta (12), registraram-se 362 mortes por coronavírus, o que põe a Colômbia, nos últimos 40 dias, como um dos dez países com mais mortes diárias confirmadas.
O governo impõe restrições à mobilidade desde o dia 24 de março. Desde então, a Colômbia se prepara para o pico da pandemia, e a realidade hoje contrasta com o otimismo dos governantes.
Ao percorrer Medellín outra vez, agora para a Folha, apenas encontrei rostos de angústia e desespero, fome e medo.
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