Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Na última noite da convenção, Ivanka reforça imagem de 'outsider' de Trump

Conselheira sênior defendeu legado e estilo 'pouco convencional' do pai

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Belo Horizonte

Na última noite da convenção nacional do Partido Republicano, Ivanka Trump reforçou a imagem do pai como um "outsider" de Washington comprometido com os valores americanos e capaz de cumprir suas promessas.

Coube à filha e conselheira sênior do presidente apresentá-lo nesta quinta-feira (27) na cerimônia no jardim da Casa Branca em que ele aceitou formalmente a indicação de seu partido para concorrer nas eleições presidenciais de novembro.

"Pai, as pessoas o atacam por ser pouco convencional. Mas eu amo você por ser verdadeiro e respeito você por ser eficaz. Nosso presidente se recusa a renunciar às suas crenças para ganhar pontos com a elite política. Para meu pai, vocês são a elite. Vocês são as únicas pessoas com quem ele se preocupa em ganhar pontos", disse ela, que foi aplaudida de pé várias vezes.

Ivanka Trump, filha e conselheira sênior do presidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante o último dia da convenção nacional do Partido Republicano, no jardim sul da Casa Branca, em Washington D.C.
Ivanka Trump, filha e conselheira do presidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante o último dia da convenção republicana - Brendan Smialowski/AFP

"Se esses problemas fossem fáceis de resolver, os presidentes anteriores o teriam feito. Mas você não alcança resultados diferentes fazendo as coisas da mesma maneira", acrescentou.

Como outros apoiadores de Trump que discursaram ao longo dos quatro dias da convenção nacional, Ivanka justificou a postura combativa de seu pai, que frequentemente ataca opositores e a mídia em suas redes sociais.

“Reconheço que o estilo de comunicação do meu pai não agrada a todos. E eu sei que seus tuítes podem parecer um pouco sem filtro. Mas os resultados —os resultados falam por si", disse.

Ivanka defendeu o legado do governo, citando a reforma fiscal, a redução dos preços de remédios controlados e o bom desempenho econômico, que levou a recordes históricos do nível de desemprego.

Ela também elogiou a firmeza do pai ao decidir declarar uma guerra comercial contra a China, o que levou à assinatura da "fase 1" de um acordo entre Washington e Pequim.

No entanto, a pandemia do novo coronavírus comprometeu em grande parte os avanços econômicos vistos nos três primeiros anos da gestão Trump e tornou obsoletos os termos firmados com o país asiático.

Enquanto centenas de apoiadores do movimento Black Lives Matter protestavam do lado de fora da Casa Branca, Ivanka afirmou que seu pai conseguiu reunir o apoio de democratas e republicanos para aprovar um pacote de reforma do sistema criminal dos Estados Unidos —um raro momento de cooperação bipartidária na gestão.

Mais cedo na quinta, a ativista Alice Johnson discursou a favor do presidente no evento. Johnson foi condenada a prisão perpétua por tráfico de uma pequena quantidade de drogas, mesmo não tendo antecedentes criminais e o crime não ter envolvido violência —Trump a indultou em junho de 2018.

Devido à pandemia de coronavírus, Washington proibiu aglomerações de mais de 50 pessoas —porém, como a Casa Branca está sob jurisdição federal, mais de 1.500 convidados compareceram à solenidade.

Segundo o New York Times, realizaram testes de detecção para a Covid-19 somente aqueles que ficariam próximos ao presidente.

Poucos presentes usaram máscaras. Na primeira fileira do público, o secretário da Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, era o único com o equipamento de proteção.

Assim como a primeira-dama, Melania Trump, que falou na terça-feira (25), Ivanka ofereceu condolências aos americanos que perderam familiares e amigos devido ao coronavírus.

“Enquanto nossa nação enfrenta esta grave provação, oro pelas famílias que estão de luto pela perda de um ente querido, por todos aqueles que estão lutando contra a Covid-19”, disse ela.

A fala das duas mulheres da família presidencial contrasta com a postura de Trump, que minimizou por meses a gravidade da pandemia, ignorou recomendações de seus quadros técnicos para combater a doença e não demonstrou empatia pelas vítimas do novo coronavírus.

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