Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Em última noite de convenção, prefeita de Atlanta coloca eleições como extensão de atos antirracistas

Keisha Lance Bottoms estava entre cotadas para vice de Biden antes da escolha de Kamala Harris

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Keisha Lance Bottoms, prefeita de Atlanta e uma das mulheres negras cotadas para ser a vice-presidente na chapa de Joe Biden antes da escolha de Kamala Harris, sugeriu, nesta quinta (20), que as eleições são uma espécie de extensão dos protestos que tomaram o país após a morte de George Floyd.

A prefeita, que ganhou destaque nacional por dar respostas assertivas às manifestações contra o racismo e a violência policial, aproveitou a quarta e última noite da convenção democrata para relacionar a participação nos atos à necessidade de comparecer às urnas nas eleições de novembro.

A prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, discursa durante última noite da convenção democrata realizada online - Convenção Democrata Nacional/Reuters

“Choramos por justiça, nos unimos nas ruas para exigir mudanças e, agora, precisamos levar adiante a dádiva pela qual John Lewis se sacrificou para nos oferecer e nos registrar para votar", disse Bottoms, evocando a memória do ex-deputado negro, histórico ativista antirracismo morto no mês passado​.

Também num apelo para que os americanos votem, a prefeita afirmou que as pessoas não acreditam que podem fazer a diferença, assim como ícones dos direitos civis fizeram. Todos, diz ela, importam.

"Aqueles que fizeram sanduíches, que limparam os pisos das igrejas, que preencheram os envelopes, eles também mudaram os EUA, e nós também podemos", afirmou. "Ele [John Lewis] lembrou que, se não exercermos nosso direito ao voto, podemos perdê-lo. Não podemos esperar por outro momento, por outros heróis. Nós precisamos ser os heróis da nossa geração."

Formada em direito, Bottoms é filha de Major Lance, conhecido cantor americano da década de 1960, e cumpriu dois mandatos no conselho municipal de Atlanta, espécie de Câmara de Vereadores, antes de ser eleita prefeita, em 2017.

Diante da convulsão social que se desenvolveu no coração de sua cidade quando um oficial do departamento de polícia de Atlanta matou a tiros um homem negro em 12 de junho, pouco mais de duas semanas após o assassinato de George Floyd, Bottoms agiu rápido.

A prefeita foi à TV falar com compaixão à família da vítima, anunciou a demissão do autor do disparo e fez da reforma do sistema de Justiça uma bandeira renovada, com restrições ao uso de força por policiais e a limitação do uso de dinheiro para pagar fiança.

Além das respostas aos protestos antirracistas, outro assunto que lhe conferiu projeção nacional foi a reação à pandemia. Bottoms se recusou a seguir as ordens do governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, para reabrir a economia do estado no início de maio, mesmo com o número de casos de Covid-19 em crescimento em Atlanta, principalmente entre negros.

Bottoms disse que não cumpriria o cronograma e retardaria o processo de retomada na capital, seguindo recomendações das autoridades de saúde.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.