Secretário de Saúde dos EUA chega a Taiwan em viagem condenada pela China

É a mais importante delegação oficial americana a visitar a ilha desde 1979

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Taipei | AFP

Uma autoridade americana chegou, neste domingo (9), a Taiwan, em visita que indignou Pequim e que representa a mais importante delegação oficial dos Estados Unidos na ilha chinesa desde 1979.

O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, deve se reunir nos próximos três dias com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, adversária das autoridades chinesas, porque busca a independência da ilha de 23 milhões de habitantes.

Azar representa o mais importante líder americano a visitar Taiwan em quatro décadas, quando Washington rompeu relações diplomáticas com Taipei (capital da ilha) para reconhecer a soberania das autoridades comunistas de Pequim.

O secretário Alex Azar desembarca em Taiwan - Central News Agency - 9.ago.20/Pool via Reuters

Os EUA continuaram, entretanto, a ser um importante aliado de Taiwan, bem como seu principal fornecedor de armas.

A visita ocorre num momento de grande tensão entre Pequim e Washington, que recentemente anunciou restrições aos aplicativos chineses TikTok e WeChat e sanções econômicas a 11 líderes de Hong Kong, incluindo a chefe-executiva do território, Carrie Lam, após a adoção da nova lei de segurança.

Washington apresentou a viagem como uma oportunidade para parabenizar as autoridades taiwanesas pela boa gestão da pandemia de coronavírus, em um momento de fragilidade do presidente Donald Trump devido aos estragos produzidos pela doença em seu país, que causou mais de 160 mil mortes.

Apesar de sua proximidade geográfica e laços comerciais com a China continental, onde o coronavírus surgiu, Taiwan registrou menos de 500 casos de coronavírus e apenas sete mortes.

A China considera a ilha uma de suas províncias, apesar de ser governada por um regime rival que se refugiou no território depois que os comunistas tomaram o poder em Pequim, em 1949.

Taiwan não é reconhecido como Estado independente pela ONU, e Pequim ameaça recorrer à força em caso de declaração de independência de Taipei ou intervenção estrangeira, especialmente por parte de Washington. O governo chinês considerou a visita de Azar uma ameaça à "paz e à estabilidade".

O secretário de Saúde americano também se encontrará com seu homólogo taiwanês, Chen Shih-chung, e com o ministro das Relações Exteriores da ilha, Joseph Wu.

De acordo com Douglas Paal, que chefiou o Instituto Americano de Taiwan durante a Presidência de George W. Bush, o governo Trump está ciente do perigo de acentuar as tensões com a China via Taiwan, uma linha vermelha para as autoridades chinesas.

Por esse motivo, absteve-se de enviar líderes envolvidos em questões de segurança para a ilha.

Autoridades americanas encarregadas do Comércio Exterior já haviam viajado para Taipei durante a década de 1990, mas, segundo Paal, a diferença na época era que as relações entre Pequim e Washington não eram tão tensas.

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