Dois americanos foram condenados a 20 anos de prisão na Venezuela, acusados de terrorismo, conspiração e tráfico ilegal de armas, anunciou na sexta (7) o procurador-geral Tarek William Saab.
Eles estavam envolvidos na Operação Gideon, uma incursão armada —fracassada— cujo objetivo era derrubar o ditador Nicolás Maduro.
De acordo com Saab, Luke Alexander Denman, 34, e Airan Berry, 41, admitiram ter cometido os crimes. O procurador também divulgou fotos de veículos, armas e documentos de identidade.
Os americanos estão entre as dezenas de detidos por uma incursão armada ao longo da costa norte da Venezuela em 4 de maio, que teria apoio dos Estados Unidos e da vizinha Colômbia, segundo o regime de Maduro. Ao todo, oito pessoas foram mortas na operação.
O plano, segundo a Venezuela, visava a "captura, detenção e remoção" do ditador e a instalação no poder de Juan Guaidó, líder parlamentar da oposição reconhecido como presidente do país por mais de 50 países, incluindo os EUA. Washington e Bogotá negaram qualquer participação no evento.
O gabinete de Guaidó informou que ele sabia da operação desde outubro, mas não a financiou nem a encomendou. Já o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que o governo Trump usará "todas as ferramentas" para garantir o retorno dos cidadãos americanos.
Alfonso Medina, advogado de Denman e Berry, disse que sua equipe jurídica não foi autorizada a entrar no tribunal. Os réus não estavam disponíveis para comentar a condenação.
Veterano das forças especiais dos EUA, Jordan Goudreau, que dirigia a Silvercorp USA, uma empresa de segurança privada com sede na Flórida, assumiu a responsabilidade pela operação.
Denman apareceu em um vídeo na TV estatal venezuelana dias depois de sua captura, dizendo que ele e outros homens haviam sido contratados pela companhia para treinar cerca de 60 venezuelanos na Colômbia, tomar o controle do aeroporto de Caracas e trazer um avião para levar Maduro aos EUA.
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