Anistia Internacional suspende atividades na Índia e acusa governo de perseguição

Autoridades afirmam que ONG violou normas de financiamento estrangeiro

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Déli | AFP e Reuters

A Anistia Internacional anunciou nesta terça-feira (29) a suspensão das suas atividades na Índia após o congelamento das suas contas bancárias e afirmou que a entidade é vítima de uma "caça às bruxas" do governo indiano contra grupos de direitos humanos.

ONGs há muito afirmam que são perseguidas pela gestão do primeiro-ministro nacionalista Narendra Modi devido às suas denúncias de violações dos direitos humanos, especialmente na Caxemira indiana.

Logo da Anistia Internacional durante entrevista coletiva em Caracas, na Venezuela
Logo da Anistia Internacional durante entrevista coletiva em Caracas, na Venezuela - Carlos Jass - 20.fev.19/Reuters

A Anistia Internacional afirmou que o governo indiano bloqueou suas contas em 10 de setembro, depois de a ONG passar dois anos lutando contra acusações de irregularidades financeiras que considera infundadas.

A organização disse que se viu forçada a demitir seus funcionários e a suspender todas as suas campanhas e trabalhos de investigação em curso.

"É o mais recente episódio de uma incessante caça às bruxas do governo indiano contra organizações de direitos humanos por acusações infundadas", disse a ONG em um comunicado.

Para a Anistia Internacional, o congelamento das suas contas não é "um acidente". Nos últimos meses, a organização denunciou violações dos direitos humanos na disputada região de Jammu e na Caxemira.

Um relatório da Anistia do mês passado acusou a polícia de Déli de incitar manifestantes a atacar muçulmanos em fevereiro. Pelo menos 50 pessoas foram mortas, a maioria muçulmanos, depois que o governo aprovou uma lei que limita os direitos dos imigrantes não hindus de adquirir a cidadania indiana.

A polícia afirmou que as acusações eram absurdas.

O Ministério do Interior de Modi respondeu ao anúncio da Anistia Internacional e afirmou que a defesa dos direitos humanos não era desculpa para quebrar a lei, acrescentando que a ONG havia enviado grandes quantias de dinheiro para quatro entidades na Índia em violação das normas que regulam o financiamento estrangeiro. Ele não citou os nomes das organizações.

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