Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Biden vai a Kenosha encontrar família de homem negro baleado por policiais

Donald Trump esteve na cidade, mas se recusou a encontrar parentes de Jacob Blake

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Wilmington | AFP

Dois dias depois do presidente Donald Trump, o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, vai a Kenosha nesta quinta-feira (3) para se encontrar com familiares de Jacob Blake, homem negro baleado pelas costas por policial branco.

O republicano esteve lá na terça (1º), mas se recusou a conversar com a família após ser informado de que um advogado estaria presente. Ao invés disso, encontrou-se com policiais, cujo trabalho elogiou, e chamou os protestos antirracistas e contra a violência policial que irromperam na cidade de “terrorismo doméstico”.

Biden, por sua vez, diz que quer ajudar Kenosha a "se curar" —a agenda oficial inclui uma reunião com a comunidade.

Biden discursa em pódio
Biden fala em discurso de campanha em seu estado natal, Delaware - Alex Wong - 2.set.2020/AFP

A abordagem a Blake foi registrada em vídeo, que mostra que ele se afastando dos policiais e indo em direção ao carro, onde estavam seus três filhos. Os agentes, então, abrem fogo, atingindo Blake sete vezes. Ele está no hospital, paralisado da cintura para baixo.

O prefeito da cidade e o governador do estado de Wisconsin, ambos democratas, haviam pedido que Trump não fosse, a fim de evitar acirrar ainda mais as tensões. O republicano os ignorou, visitou locais que sofreram danos com os protestos e conversou com comerciantes que tiveram suas lojas danificadas.

Trump disse ainda que não vê problema sistêmico com a polícia dos EUA, cuja violência atinge negros de forma desproporcional. Para o presidente, são apenas casos de “maçãs ruins” em uma excelente corporação.

O republicano criticou a postura dos democratas em relação aos protestos e reafirmou o discurso de candidato da “lei e da ordem”. Trump tenta emplacar a narrativa de que Biden é conivente com a destruição de propriedade dos protestos.

Na segunda (31), Biden acusou Trump de incitar a violência nas manifestações e condenou a destruição que acontece em alguns destes atos.

"O presidente abriu mão de qualquer liderança moral neste país", disse o democrata em discurso em Pittsburgh, na Pensilvânia, estado que ajudou a eleger o republicano em 2016. "Ele não é capaz de impedir a violência, porque a fomentou ao longo de quatro anos."

"Saquear não é protestar, pôr fogo não é protestar. É ilegal, e quem faz isso deve ser responsabilizado criminalmente. A violência piora as coisas, e deve acabar", disse.

Em entrevista coletiva na segunda, Trump insinuou que Kyle Rittenhouse, o adolescente branco que matou dois manifestantes e feriu um terceiro em Kenosha, teria agido em legítima defesa. "Ele estava tentando se afastar e foi atacado. Ele provavelmente teria sido morto", disse.

Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que um grupo de manifestantes tenta desarmar Rittenhouse após ele ter atirado em um deles. O adolescente então faz disparos à queima-roupa contra seus perseguidores.

Ele foi acusado de homicídio em primeiro grau, equivalente ao homicídio doloso no Brasil, quando há intenção de matar, e pode pegar prisão perpétua.

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