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Donos de bares e restaurantes de Marselha protestam contra novo fechamento

Um dia antes de manifestação, França registrou recorde de novos casos diários da Covid-19

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Marselha | Reuters e AFP

Centenas de pessoas protestaram nesta sexta-feira (25) em Marselha, na França, contra a reimposição de medidas para tentar conter o aumento de novos casos de Covid-19. As regras atingem diretamente bares e restaurantes na região da segunda maior cidade do país.

A ordem obriga que esses estabelecimentos permaneçam fechados por duas semanas, a partir deste sábado (26), mas alguns proprietários afirmam que irão desafiar a determinação.

"Devemos ficar abertos. Eles não serão capazes de fechar todos", disse Jean-Pierre Cotens, proprietário de um bar, à agência de notícias Reuters, durante a manifestação. "Se tiver uma multa, aceitaremos, mas estaremos [em uma situação] melhor trabalhando do que fechados."

Cartaz com a frase 'salvem os bares e os restaurantes' em manifestação na cidade de Marselha contra novas medidas para tentar barrar o coronavírus
Cartaz com a frase 'salvem os bares e os restaurantes' em manifestação na cidade de Marselha contra novas medidas para tentar barrar o coronavírus - Nicolas Tucat/AFP

Bernard Marty, dono de um restaurante, disse que empresários como ele estão "completamente desesperados". "Eles não penalizam apenas os proprietários. É todo um setor mergulhado em crise: fornecedores, produtores de eventos, boates. Eles esperam que morramos em silêncio?"

A decisão do governo foi anunciada nesta semana, após tanto a cidade ao sul da França quanto seu entorno no Mediterrâneo se tornarem o epicentro de um repique no número de novos casos no país. Por isso, a região teve sua classificação elevada para o nível máximo de alerta para a disseminação do vírus.

Representantes locais afirmam que as medidas atualmente em vigor, menos restritivas —como a limitação de horários e a proibição de festas universitárias—, estão funcionando e que a decisão do governo é prematura, podendo devastar a economia local.

Uma carta assinada por 50 deputados estaduais, tanto de esquerda quanto de direita, afirma que a decisão "é um erro estratégico fundamental" e que vai "agravar a economia" sem resolver a crise sanitária.

A ministra do Trabalho, Elisabeth Borne, afirmou, contudo, que o governo vai agir para cobrir os custos fixos de bares e de restaurantes durante a quarentena e que medidas contra o desemprego vão garantir que os funcionários recebam seus salários integralmente.

Em visita a uma UTI de um hospital na cidade, o ministro da Saúde, Olivier Veran, esclareceu que as medidas não são "sobre apontar dedos para Marselha". "Temos que frear a disseminação do vírus. Quanto antes agirmos, menor será a duração da ação."

Durante a visita, médicos disseram a Veran que as próximas três semanas serão críticas e que as UTIs dos hospitais públicos da cidade estão quase lotadas.

A França é o segundo país com o maior número de casos de coronavírus na Europa, atrás apenas da Espanha, e bateu nesta quinta-feira (24) o recorde de novos casos diários, com 16.096 infectados.

Até o momento foram 536.289 casos confirmados e 31.524 mortos, segundo dados compilados pela universidade americana Johns Hopkins.

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