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Pobreza na Argentina cresce e passa a atingir 18,5 milhões de pessoas

Alta foi de mais de cinco pontos percentuais; país tem 4,7 milhões abaixo da linha de indigência

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Buenos Aires

A pobreza na Argentina aumentou e passou a atingir 40,9% da população no primeiro semestre de 2020. Um ano antes, 35,4% estavam nessa condição, segundo anúncio do Indec —o IBGE argentino— nesta quarta-feira (30). Este percentual equivale a 18,5 milhões de argentinos, mais de quatro em cada dez —sendo que 4,7 milhões estão abaixo da linha de indigência.

Entre os índices, um dos mais preocupantes é o da pobreza que atinge as crianças. A porcentagem de meninos e meninas de até 14 anos abaixo da linha de pobreza aumentou de 52,6% para 56,3% em um ano.

Homem sem-teto cozinha do lado de fora de tenda em ocupação em Guernica, nos arredores de Buenos Aires - Ronaldo Schemidt - 28.ago.20/AFP

Embora o governo tenha implementado sistemas de compensação a trabalhadores de baixa renda e a informais durante a pandemia, eles não se mostraram eficientes para combater a pobreza.

Mais de 280 mil pessoas perderam empregos, apesar de haver um decreto impedindo demissões formais. O número se refere a trabalhadores informais ou de empresas e comércios que faliram na pandemia.

Há três anos sem crescimento no PIB e com inflação anual de 55%, a economia do país também sofreu com os efeitos da longa quarentena imposta devido à crise sanitária, que fez com que comércio e indústria ficassem parados por mais de quatro meses.

Trata-se da pior taxa de pobreza do país desde 2004, quando se registrou 44,5% de pobres. Na época, a Argentina ainda sofria os efeitos da crise de 2001.

Depois desse período, houve uma redução do número de pobres por conta do boom das commodities, que incluiu alta das exportações de soja e carne para a China, e das políticas distributivas do governo de Néstor Kirchner (2003-2007) e da primeira gestão de Cristina Kirchner (2007-2011).

Entre 2008 e 2015, o Indec deixou de ser uma instituição confiável porque sofreu uma intervenção do Estado, com o objetivo de maquiar a alta inflação registrada no segundo mandato de Cristina (2011-2015).

A partir da posse de Mauricio Macri (2015-2019), o órgão voltou a trabalhar normalmente, e os índices publicados passaram a ser respeitados dentro e fora da Argentina outra vez.

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