A ilha caribenha de Barbados quer remover a rainha Elizabeth 2ª do posto de chefe de Estado e se tornar uma república, afirmou o governo, anunciando a retomada de um plano discutido várias vezes no passado.
Ex-colônia que conquistou a independência em 1966, Barbados manteve vínculo formal com a monarquia britânica, assim como o Canadá, a Austrália e outras nações caribenhas que integraram o Império Britânico.
“Chegou a hora de deixarmos totalmente nosso passado colonial para trás”, disse a governadora-geral de Barbados, Sandra Mason, em discurso em nome da primeira-ministra do país, Mia Mottley.
"Os barbadenses querem um chefe de Estado barbadense. Esta é a declaração definitiva de confiança em quem somos e no que somos capazes de alcançar. Portanto, Barbados dará o próximo passo em direção à soberania plena e se tornará uma república quando celebrarmos nosso 55º aniversário da independência", afirmou ela, referindo-se ao dia 30 de novembro de 2021.
O Palácio de Buckingham disse que a decisão é um assunto interno de Barbados, posição corroborada pelo Ministério das Relações Exteriores britânico.
"Barbados e Reino Unido estão unidos por nossa história, cultura e idioma compartilhados e muito mais. Temos uma parceria duradoura e continuaremos a trabalhar com os barbadenses, juntamente com todos os nossos valiosos parceiros caribenhos", afirmou uma porta-voz da pasta.
O Reino Unido, que abriga uma grande comunidade de descendentes de caribenhos, tem sido confrontado com seu papel no comércio de escravos nos últimos meses, principalmente devido à atual onda de protestos antirracismo que começou nos EUA e se espalhou por todo o mundo.
Diversas estátuas de traficantes de escravos foram retiradas por manifestantes e autoridades.
Ao se tornar uma república, Barbados seguiria o exemplo de Trinidad e Tobago, Dominica e Guiana.
Todos os três continuam fazendo parte da Commonwealth, uma associação voluntária de 54 países, a maioria ex-colônias britânicas, formalmente chefiada pela rainha Elizabeth 2ª. Da mesma maneira, a expectativa é de que a ilha também siga como um membro do grupo.
Tomada pela primeira vez pela Inglaterra em 1625, Barbados permaneceu nas mãos dos britânicos, ao contrário de outras ilhas do Caribe que foram disputadas por espanhóis, holandeses, franceses e americanos. Além de popular destino turístico, a ilha é conhecida por ser a terra natal da cantora Rihanna.
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