Justiça do Equador ordena captura imediata de ex-presidente Rafael Correa

Político, que vive na Bélgica, teve condenação a oito anos de prisão confirmada por tribunal

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Quito | AFP

A Justiça do Equador ordenou nesta quarta-feira (23) a captura do ex-presidente Rafael Correa, que vive na Bélgica, após confirmar a condenação do político a oito anos de prisão por corrupção.

A resolução prevê a execução imediata da decisão e inclui a desqualificação vitalícia de Correa para ocupar cargos conquistados via eleição popular, o que impede definitivamente as pretensões do ex-presidente de participar do pleito de fevereiro de 2021.

Correa já não poderia concorrer a um quarto mandato como presidente devido à lei eleitoral do país, que permite apenas uma reeleição. Ele havia anunciado então a entrada na disputa como candidato à vice na chapa encabeçada por Andrés Araus, pela coalizão União Nacional para a Esperança (UNES), desvinculando-se do Alianza País, partido ao qual pertence o atual presidente equatoriano, Lenín Moreno.

O ex-presidente do Equador Rafael Correa durante entrevista concendida em Bruxelas, onde vive
O ex-presidente do Equador Rafael Correa durante entrevista concendida em Bruxelas, onde vive - Kenzo Tribouillard - 11.abr.19/AFP

A estratégia, inspirada na utilizada por Cristina Kirchner na Argentina, que candidatou-se a vice na chapa de Alberto Fernández, porém, já havia sido barrada pelo Conselho Nacional Eleitoral, uma vez que o ex-presidente não se apresentou pessoalmente para registrar a candidatura, como exige a lei.

Com ordem de prisão decretada já antes da ordem desta quarta, Correa permanece na Bélgica, onde vive desde que deixou a Presidência e país de origem de sua mulher. Assim, enviou a irmã, que o representa legalmente no Equador, para fazer a inscrição, mas o movimento não foi aceito.

A Justiça determinou que Correa, julgado à revelia, e vários de seus ex-colaboradores, também condenados, receberam propina em troca de contratos com diversas empresas.

A decisão ordena que a polícia "localize e capture imediatamente" o ex-líder equatoriano e suspenda o salário vitalício de cerca de US$ 4.200 (R$ 23,4 mil) mensais que Correa recebia como ex-presidente.

A condenação a oito anos de prisão havia sido emitida em abril, mas ainda cabia recurso. Ela, porém, foi analisada e confirmada pela Corte Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo o texto da sentença, o ex-líder equatoriano liderou "uma estrutura hierárquica de captação de empresas pelo Estado", e o valor desviado seria de US$ 7,5 bilhões (R$ 40,52 bilhões).

A condenação também se refere a valores de caixa dois recebidos de empresas que financiaram de modo ilegal as campanhas eleitorais do ex-presidente, no valor de US$ 6 bilhões (R$ 32,42 bilhões).

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